Comemorações em honra à Padroeira da Ordem dos Carmelitas começam com novena e movimentam as comunidades paroquiais, levando a mensagem do Carmelo às famílias
Huanna Cruz
Da Redação
Julho é tradicionalmente o mês da Virgem do Carmo, celebrada no dia 16. Em todo o país, os carmelitas se organizam com novenas e atividades preparatórias para o dia festivo.
Os frades carmelitas da Província Carmelitana Fluminense celebram, como de costume, com muito júbilo a festa de Nossa Senhora do Carmo. “Geralmente, a novena do Carmo começa no dia 7 de julho e vai até dia 15, havendo o ponto alto das festividades no dia 16 de julho, dia em que a Igreja celebra a Virgem Santíssima do Monte Carmelo”, conta o prior do Convento do Carmo de São Paulo e formador da etapa da Teologia da Província Carmelitana Fluminense, Frei Marlom Francis.
Cada paróquia ou comunidade conventual prepara a festa do Carmo segundo tradição local. Porém, em todas acontece a Santa Missa e as orações da novena. Em alguns lugares, antes da Missa, os fiéis recitam o santo terço ou ofício da Virgem do Carmo, mas cada comunidade prepara de acordo com o costume.
“Novenas, orações, celebrações são preparadas em todos os âmbitos para assim vivermos bem juntos o caminho da fé. Sempre com o cume nas celebrações Eucarísticas que é o ápice da vida cristã. Também em coro nas orações rezamos pelo êxito da festa em todo o mundo.”
Várias comunidades fazem seus gestos concretos de ação social dentro da festa, com a arrecadação de alimentos não perecíveis, e também nas celebrações promovidas nas entidades sociais, assistidas pela Província Carmelitana Fluminense.
Carmelitas no Brasil
A origem dos carmelitas teve como inspiração o profeta Elias, que viveu como eremita no Monte Carmelo, localizado na Terra Santa. No século XI, o modo de vida do profeta inspirou muitos homens que passaram a viver no Monte Carmelo e ali construíram uma capela dedicada a Nossa Senhora. Assim foi a fundação da ordem do Carmo.
No Brasil, os carmelitas estão presentes de Norte a Sul e têm duas Províncias – a Província Carmelitana Fluminense e a Província Carmelitana Pernambucana – e o Comissariado geral dos Carmelitas no Paraná, esse da Antiga observância ou Carmelo calçado. Há também as monjas, centenas de Ordens Terceiras e confraria do Escapulário, sem contar o ramo do Carmelo Descalço e aqueles ligados a eles pela espiritualidade.
A Província Carmelitana Fluminense foi fundada, oficialmente, em 1720, somando 302 anos de caminhada em solo Brasileiro. Porém, os carmelitas estão no Brasil desde 1580. Antes, pertenciam à Província de Portugal.
“Nós somos uma Ordem religiosa ligada à Santa Sé. Vivemos no seio da Igreja há mais de 800 anos, assim como a Ordem de São Francisco (Fransciscanos), Ordem de São Domingos ( dominicanos), então não somos congregação, pois surgimos na Idade média, final do século XI, início do XII. As congregações, depois do Concílio de Trento, já na era moderna da História. Fazemos essa diferenciação porque as pessoas confundem isso”, explica frei Marlom.
Escapulário
Em 16 de julho de 1251, quando a Ordem padecia nas incertezas e dificuldades, Nossa Senhora apareceu a São Simão Stock e lhe deu o Escapulário como sinal de predileção.
“Interessante que Nossa Senhora é atenta aos seus filhos, ela vem num contexto onde havia muita exploração feudal, então a palavra “scapula” do latim, significa aquilo que vem sobre os ombros, era justamente o avental que os servos usavam para o serviço”, comenta frei Marlom Francis.
“Assim, nós carmelitas somos convidados a viver em obséquio de Jesus Cristo, servindo-o com o coração puro e reta consciência. O escapulário é um sacramental, um instrumental sagrado que nos lembra que somos revestidos de Cristo. Por isso devemos usá-lo com piedade e amor filial, não como amuleto ou algo mágico”, afirma Frei Marlom Francis.