Comenda da Ordem do Mérito do Senhor do Bonfim foi entregue neste domingo, 7; Anjo Bom da Bahia foi representada pela Irmã Olívia – religiosa que conviveu com a santa
Da redação, com Arquidiocese de São Salvador da Bahia
O Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, e a Santa Dulce dos Pobres (in memoriam), representada pela Irmã Olívia – religiosa que conviveu e acompanhou de perto a missão do Anjo Bom do Brasil –, foram homenageados, na manhã deste domingo, 7. Ambos receberam a Comenda da Ordem do Mérito do Senhor do Bonfim, considerada a maior honraria da Devoção do Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim.
A entrega da comenda foi parte das comemorações pelos 270 anos da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim – completados em 24 de junho. Para marcar o jubileu, às 7h30, Dom Sergio presidiu a Santa Missa, que foi concelebrada pelo reitor da Basílica, cônego Edson Menezes, e pelo Delegado Episcopal para as Confrarias, Ordens Terceiras, Irmandades e Devoções (COIDE), cônego Jair Arlêgo.
“Nós celebramos os 270 anos da Basílica do Bonfim, primeiramente expressando alegria e louvor a Deus, mas ao mesmo tempo agradecendo muito a todos os que ao longo dessa história têm contribuído para que esta Igreja querida fosse sempre mais esse templo tão especial na vida não só de Salvador e da Bahia, mas do Brasil. Por isso, é uma ocasião também para renovar o nosso compromisso de valorizar sempre mais a Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim; de viver a fé no Senhor do Bonfim no dia-a-dia, sobretudo através do testemunho do amor fraterno”, afirmou o Cardeal.
Igreja do Bonfim é “Mansão da Misericórdia”
Também em homenagem ao templo, logo no início da Santa Missa, uma réplica da Basílica foi entronizada. “Reconhecemos esse Santuário como a Mansão da Misericórdia. Em um mundo marcado por tanta violência e agressividade, a misericórdia torna-se ainda mais necessária”, disse Dom Sergio. Aos devotos, o Cardeal deixou uma mensagem: “Quem é devoto do Senhor do Bonfim não desanima diante das dificuldades da vida, vive sempre da fé no Senhor do Bonfim, da esperança de superar as dificuldades da vida. Por isso, eu desejo que todos tenham esperança e paz nos seus corações, a esperança e a paz que vem do Senhor do Bonfim”, disse.
Para o reitor da Basílica, cônego Edson Menezes, este dia é de alegria e gratidão especial a Deus pela existência da Igreja do Bonfim, em Salvador.” Eu sempre costumo dizer: ‘o que seria da nossa cidade se não existisse a Igreja do Bonfim?’. A Igreja do Bonfim é para todos nós um pronto socorro espiritual. É um templo onde suas portas estão sempre abertas para nos acolher, acolher a todos sem distinção, acolher o aflito, acolher aquele que está doente, acolher os pecadores. Então, hoje é um dia de muita oração e de muita gratidão, como já disse, a Deus nosso Pai. Parabéns para a Igreja amada e querida do Senhor do Bonfim!”, disse.
Breve história
Theodózio Rodrigues de Faria, capitão-de-mar-e-guerra da marinha portuguesa, fervoroso devoto do Senhor do Bonfim, havia feito uma promessa durante uma tempestade de que, se sobrevivesse, traria para o Brasil as imagens do Senhor Jesus do Bonfim e de Nossa Senhora da Guia. Assim, em 18 de abril de 1745, uma réplica foi trazida da sua terra natal, Setúbal, em Portugal, iniciando a construção da Igreja do Senhor do Bonfim. Mas, não foi somente a Igreja que foi construída: neste momento começou, também, o culto ao Senhor do Bonfim e a Nossa Senhora da Guia, com a criação da “Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim”, Irmandade de leigos reconhecida pelo então arcebispo Dom José Botelho de Matos, presente na fundação da mesma.
A capela teve a construção iniciada em 1746, e no dia 24 de junho de 1754, após a conclusão das obras internas, as imagens foram levadas da Capela da Penha – atual matriz da Paróquia Nossa Senhora da Penha de França – para a Colina do Bonfim, em procissão. Com isso, nesta mesma data foi inaugura a Igreja do Bonfim, que em 1927 recebeu o título de Basílica Menor.