Secretário de Estado do Vaticano esteve em Villa Madama (Roma) para um encontro sobre o padre Oreste Benzi, “verdadeiro construtor de pontes e de solidariedade”
Da Redação, com Vatican News

Foto: ALESSIA GIULIANI/ Catholic Press Photo
“Esperamos sinceramente e trabalhamos como Santa Sé na linha da frente pelo desarmamento nuclear”. É o que afirmou o secretário de estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, ao comentar a nova frente de guerra que se abriu nos últimos dias entre Israel e o Irã. Em Villa Madama (Roma), o purpurado foi convidado na manhã desta terça-feira, 17, para o evento “Padre Oreste Benzi: construtor de pontes para a justiça global e a solidariedade”.
Na presença do vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, o secretário de Estado do Vaticano reiterou o compromisso da Santa Sé com o desarmamento: “propusemos e, aliás, já foi concluído este acordo sobre a imoralidade da posse de armas nucleares, não apenas do seu uso”. “Evidentemente, também o desarmamento nuclear deve ser conduzido de forma pacífica, através do diálogo e das negociações. E é isso que pedimos neste momento”, garantiu.
Fim da vida
O cardeal foi novamente questionado pela agência sobre o tema do fim da vida, à luz do último caso na Itália – sobre o qual a Justiça deverá se pronunciar – de uma mulher completamente paralisada que não pode autoadministrar o medicamento letal e que pediu que seu médico o faça. Parolin, ao expressar “grande preocupação” com o tema, lembrou que a “Constituição é a favor da vida e isso deve ser reiterado de todas as formas”.
“Existem muitas propostas sobre a regulamentação da questão do fim da vida”, acrescentou, “esperamos sinceramente que qualquer proposta, qualquer decisão que possa ser tomada, salvaguarde a dignidade humana, salvaguarde a sua situação, que possa ser de ajuda aos interessados”.
Padre Benzi, construtor de pontes e de solidariedade
Em seu discurso no evento, Parolin refletiu sobre a figura de padre Benzi, fundador da Comunidade Papa João XXIII, por ocasião do centenário de seu nascimento. É a figura, disse ele, de “um verdadeiro construtor de pontes e de solidariedade”, “fundador e animador de uma realidade que enriqueceu a vida da Igreja na Itália e no mundo”.
O purpurado recordou que o Papa Bento XVI definiu o sacerdote como “um humilde e pobre sacerdote de Cristo, uma figura grande e exemplar, próxima dos últimos”. O que impressiona na sua personalidade, acrescentou o cardeal, é a fé inabalável em oferecer e partilhar uma segunda oportunidade de vida.
Frutos da Comunidade João XXIII
Ele lembrou como são “muitas” as vidas que renasceram na Comunidade Papa João XXIII, em benefício daqueles que se perderam nas infinitas formas de pobreza. “O Evangelho ensina que a árvore é reconhecida pelos seus frutos, e a Comunidade Papa João XXIII, fundada em 1968 por padre Benzi, confirma este princípio com o seu empenho constante no combate à marginalização e à pobreza, através do acolhimento e daquilo que padre Oreste definia como ‘partilha direta’”.
A Comunidade, continuou Parolin, liga a sua vida aos pobres e aos oprimidos, vivendo com eles como uma verdadeira família e fazendo crescer a relação com Cristo. Ele afirmou que padre Oreste ensinava e testemunhava que a miséria mais perigosa é o afastamento de Deus.
“O seu sorriso bondoso e a batina surrada eram sinal de um amor profundo pelos pequenos, pelos pobres, pelos excluídos e pelos abandonados”, finalizou.