Secretário de Estado do Vaticano falou sobre escalada de violência entre israelenses e Hamas e sugeriu caminho sinodal para redescobrir comunhão
Da Redação, com Vatican News
O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, manifestou-se sobre o conflito entre Israel o grupo islâmico Hamas no sábado, 7. Ao discursar para uma comunidade monástica em Camaldoli, na Itália, neste domingo, 8, o cardeal falou de maneira improvisada sobre a escalada de violência.
“Nossos pensamentos neste momento se voltam para o que está acontecendo no Oriente Médio, em Israel, na Palestina e na Faixa de Gaza”, expressou o secretário. Ele também citou que o apelo de paz do Papa Francisco no Angelus deste domingo foi repetido por quase todos os governos do mundo para acabar com a violência.
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Esses eventos, enfatizou Parolin, colocam em perigo as “frágeis esperanças de paz que pareciam estar no horizonte”. Além dos esforços diplomáticos – “que não parecem ter grandes resultados”, comentou –, ele apontou que todos devem se unir em uma oração pela paz.
Durante uma entrevista, o secretário também exprimiu sua consternação com a situação que, disse, não se sabe como vai evoluir ou terminar. “O mundo parece ter enlouquecido, parece que contamos apenas com a força, com a violência, com o conflito, para resolver problemas que estão aí, reais, e que devem ser resolvidos com métodos bem diferentes”, declarou.
Esforço para retomar as esperanças de paz
O religioso apontou para a necessidade de um esforço muito maior para retomar as esperanças de paz e chegar a uma solução pacífica, “a única solução justa e a única solução eficaz que evitará a recorrência dessas situações”. Diante disso, o cardeal lançou um apelo para a Europa desempenhar o “papel de paz” no conflito, mas reconheceu que fatores internos têm atrapalhado o desempenho dessa função.
Foi exatamente sobre o tema “A Europa como um horizonte de paz” que Parolin falou em Camaldoli, e diante do cenário que se apresenta em diversos lugares do globo, ele enfatizou que “a Europa não pode aceitar o retorno a um sistema que redesenha as fronteiras pela força”. O secretário também condenou os “nacionalismos”, indicando a necessidade de restabelecer “uma ordem internacional baseada na solidariedade e na paz”.
Neste sentido, ele apontou o caminho sinodal que hoje a Igreja percorre como um caminho de evangelização para redescobrir a comunhão. Contra a fragmentação da sociedade contemporânea, o cardeal indicou que “é a Palavra que salva, uma proclamação alegre, uma cultura de diálogo, respeito, responsabilidade, autoconsciência” e que leva todos a ser testemunhas mais consistentes e confiáveis da unidade e da paz hoje.