VIOLÊNCIA POLÍTICA

Cardeal Bo reza para que Mianmar encontre a paz e se reconcilie

Mensagem urgente do arcebispo de Yangun para o Dia Global de Oração: rezemos para que a democracia e os direitos sejam protegidos e para que o Exército não ataque o povo, mas o defenda

Da redação, com Vatican News

Cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon e presidente da FABC / Foto: Reprodução Youtube

Mianmar, hoje, encontra-se em outro capítulo de escuridão, derramamento de sangue e repressão.” Foi o que disse o cardeal Charles Bo a propósito de seu país, que caiu nas mãos dos militares após o golpe de estado de 1º de fevereiro passado.

O golpe acabou por levar à prisão Aung San Suu Kyi. Seguiu-se, então, uma fase de repressão, como diz o religioso, feita de “brutalidade e violência”. Mas há também um raio de luz, um olhar sobre a Páscoa não distante como um sinal de ressurreição para o povo, do qual destaca a “coragem incrível”.

A voz de Cristo num tempo escuro

Depois da fase de “projéteis, espancamentos, derramamento de sangue e dor”, o arcebispo de Yangun reitera que, “nestes tempos escuros e sombrios, ouvimos a voz do Senhor chamando a Igreja a ser ainda uma testemunha, um instrumento de justiça, paz e reconciliação”, afirma.

Além disso, pede que sejamos “suas mãos e pés na assistência aos pobres para combater o ódio com o amor”.

Trabalhemos por um Mianmar em paz

O purpurado cita Isaías e a passagem proposta pela liturgia desta segunda-feira, 15, Dia Global de Oração, os “novos céus e uma nova terra” pelos quais sua terra e seu povo agora anseiam.

“Rezaremos e trabalharemos por um novo Mianmar que nasça desta tragédia atual”, um país em que realmente cada ser humano tenha igual interesse e direitos iguais às liberdades fundamentais.

“Antes que seja tarde demais”

O cardeal Bo pede orações por Aung San Suu Kyi e “pelos líderes do movimento democrático”.

Reza também pelos militares para que seus corações sejam tocados como São Paulo no caminho de Damasco, para que “os resultados das eleições, nas quais a vontade do povo foi expressa tão claramente, possam ser respeitados”.

“Para que Mianmar possa avançar rumo a um caminho de democracia autêntica, acompanhado de diálogo, reconciliação, justiça e paz”, finaliza.

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