Publicação realizada nesta terça-feira, 3, chama a atenção para não divulgação dos resultados do pleito e campanha de perseguição a opositores do governo
Da Redação, com Conferência Episcopal Venezuelana
A Conferência Episcopal Venezuelana publicou mais uma mensagem sobre as eleições presidenciais do país, realizadas em 28 de julho. Esta é a quinta vez que o episcopado venezuelano fala sobre o tema, cujos desdobramentos seguem acontecendo.
No texto publicado nesta terça-feira, 3, os bispos destacam que, passados mais de 30 dias desde o pleito, o Conselho Nacional Eleitoral não deu a conhecer ao povo da Venezuela o resultado da eleição na forma prevista pela lei, fato contrário à Constituição do país. “Ignorar a soberania popular manifestada através do voto é moralmente inaceitável, uma vez que se desvia gravemente da verdade e da justiça”, manifesta a Conferência.
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Além disso, o episcopado aponta como outro motivo de preocupação com a democracia venezuelana a campanha de repressão e perseguição promovida pelo Estado, resultando em milhares de detidos, inclusive menores de idade.
“Particularmente preocupante é a perseguição a que são sujeitos as testemunhas nas seções eleitorais, os comunicadores sociais, o candidato mais votado e os dirigentes da oposição, em clara contradição com os princípios da pluralidade política e da independência dos poderes públicos garantidos pela Constituição e pelas leis da República”, escrevem os bispos.
“Na democracia, o respeito pelos direitos de todos e, especialmente, dos menores e das suas famílias é fundamental”, prossegue o texto, apontando que estes acontecimentos geraram um clima de preocupação e ansiedade em amplos setores da população que em nada contribui para uma convivência sã dos cidadãos. “Pelo contrário, dificultam gravemente a superação, com a ajuda de todos, dos grandes problemas e necessidades que nos afetam como nação”, conclui a Conferência.