Governo francês nomeou comitê de especialistas para selecionar projetos de novos vitrais de estilo moderno para substituir as existentes em seis de suas capelas
Da redação, com Vatican News
Um símbolo icônico do patrimônio religioso, artístico e cultural da França em todo o mundo, a imagem desta obra-prima máxima da arquitetura gótica envolta em chamas permaneceu impressa na memória coletiva.
O incêndio teve início pouco antes das 18h20 do dia 15 de abril de 2019, derrubando a famosa torre da catedral (“la flèche”), destruindo a maior parte do telhado de madeira e danificando gravemente a parede superior da catedral.
No entanto, as torres com os sinos — cujo desabamento quase certamente teria derrubado a fachada — foram salvas do incêndio pelos bombeiros juntamente com o Grande Órgão e as suas rosetas de vitrais. As colmeias no telhado também sobreviveram ao incêndio e muitas obras de arte, livros antigos e relíquias religiosas foram salvas.
Dois dias após o desastre, o presidente francês Emmanuel Macron prometeu reconstruir a catedral medieval dentro de cinco anos. Até setembro de 2021, as doações chegaram a mais de 840 milhões de euros para este enorme esforço de reconstrução.
Catedral será reaberta em dezembro
Cinco anos depois, a reconstrução está dentro do prazo e a Catedral deverá ser reaberta solenemente no dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, com uma missa de consagração do altar presidida pelo arcebispo de Paris, Laurent Ulrich. O evento será precedido e seguido por uma série de iniciativas que decorrerão até ao Pentecostes de junho de 2025, durante o ano jubilar.
Novos vitrais de estilo moderno em seis capelas
Entretanto, o Governo francês nomeou recentemente um comité especial de peritos presidido por Bernard Blistène, antigo director do Museu Nacional de Arte Moderna do Centro Pompidou, para seleccionar os projectos apresentados por artistas para alguns dos vitrais de estilo moderno a serem instalado em algumas de suas janelas.
A ideia de substituir o vidro antigo por vitrais desenhados por artistas contemporâneos foi lançada no ano passado pelo arcebispo Ulrich para deixar uma marca do trabalho de restauro. A proposta foi endossada pelo presidente Emmanuel Macron, embora tenha recebido algumas críticas.
A comissão nomeada pelo governo terá até ao final de maio de 2024 para examinar os vários projetos que terão de cumprir critérios muito específicos. De acordo com o caderno de encargos do concurso público, as vidrarias terão de produzir uma “luz neutra, da mesma natureza, cor e intensidade, daquela que atualmente é proporcionada pelas atuais janelas”.
No entanto, ao contrário do arranjo atual, onde apenas uma das sete capelas do lado sul tem um vitral “histórico” (a capela de “São Tomás de Aquino” alberga uma janela representando a Árvore de Jessé, que permanecerá como está), os seis novos vitrais deveriam ser figurativos, enquanto os produzidos no final do século XIX sob a direção do arquiteto francês Eugène Viollet-le-Duc representavam apenas motivos florais e geométricos.
Novas janelas serão instaladas em 2026
Uma primeira seleção ocorrerá em junho de 2024, antes da escolha final em novembro. As novas janelas não serão instaladas antes de 2026, mas será apresentado um protótipo para a reabertura da Notre-Dame em 8 de dezembro.