Dezoito anos de eternidade do saudoso fundador da Comunidade Bethânia; amigos recordam momentos marcantes e padre Lúcio atualiza sobre processo de beatificação
Fernanda Lima
Da Redação
Há 18 anos, o fundador da Comunidade Bethânia, Servo de Deus Padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, o padre Léo, partiu para a eternidade. Após uma intensa luta contra o câncer no sistema linfático, o sacerdote faleceu no ano de 2007 aos 45 anos.
Um homem que sempre soube quem ele era, seja nos palcos ou fora dele. Alguém que evangelizava com bom humor contando histórias inesquecíveis. Estes atributos se tornaram memoráveis na vida de quem conviveu com o saudoso padre Léo.
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“Transformou a dor em passaporte para o céu”
Roberto Aguiar Faria, conhecido como “Betão”, foi um dos amigos mais próximos do padre Léo. Presente com o sacerdote durante todo o período de tratamento da doença, ele destaca o testemunho de santidade que presenciou nessa etapa. “Ele não desperdiçou nenhum minuto da doença e soube transformar a dor em passaporte para o céu. Dava sentido a tudo que vivia e em nenhum momento reclamou do que sentia”, frisou.
Betão recorda momentos engraçados ao lado do padre que marcaram sua vida. “O Léo me apresentou o Evangelho de uma maneira que eu jamais tinha visto antes. Me recordo que sempre durante o jantar a única coisa que ele exigia era que não tivesse cebola. Ele detestava que alguém ficasse arrotando cebola perto dele enquanto atendia confissões”, comentou.
“Ele era um homem da Palavra”
O cofundador da Comunidade Bethânia, Diácono Ideraldo Luiz Paloschi, relata o que viu no padre Léo durante sua vida. “Ele era um homem da Palavra porque tinha sua vida mergulhada em Deus. Por isso sua palavra tinha e tem um poder de conversão. Anunciava Jesus e não a ele próprio”, salientou.
Ideraldo sublinhou que não é fácil falar apenas de um momento especial ao lado do saudoso sacerdote. “Todos os momentos que vivi com ele foram especiais. Ensinaram-me a ver o mundo com outros olhos e a buscar a Deus em todos os momentos. Para mim, o padre Léo continua vivo em tudo que faço, em cada lugar que ando e quando vejo as árvores que ele plantou, os animais que ele gostava tanto, sempre me recordo da presença dele”, pontuou.
Causa de beatificação do padre Léo
Vice-moderador e membro da Comunidade Bethânia, o padre Lúcio Tardivo é o presidente do Instituto Pe. Léo, criado para cuidar da causa
de beatificação. Ele explica que, atualmente, o processo está chegando ao fim em sua fase diocesana. “Há cinco anos tivemos a graça de abrir o processo de beatificação do padre Léo. Hoje, estamos nos aproximando do fechamento e isso é uma grande graça. Ele morreu como um homem santo. Em toda sua trajetória de vida nos mostrou que é preciso buscar as coisas do alto”, afirmou.
Segundo padre Lúcio, o amor pelo sacerdócio é uma das características mais presentes na vida de padre Léo. “Me recordo bem da presença dele no dia da minha ordenação presbiteral. Ele enfatizou naquele dia a importância da graça de Deus na vida de um padre. Ele sempre caminhou em comunhão com a Igreja e sempre admirei isso nele”, destacou.
Padre Lúcio frisou que, ao longo desses anos de muita saudade, a Comunidade Bethânia segue confiando nos planos de Deus e sustentando o legado de seu fundador. “Acreditamos que ele continua intercedendo por nós para que Deus nos dê sabedoria na missão de perpetuar o que ele nos ensinou”, concluiu.