PERSEGUIÇÃO EM NÚMEROS

ACN sobre Liberdade Religiosa: 5 bilhões de pessoas enfrentam violações

O relatório de 2025 da Ajuda à Igreja que Sofre sobre a liberdade religiosa em todo o mundo destaca o aumento da perseguição em diversos países

Da redação, com Vatican News

Coletiva no Instituto Patrístico Augustinianum, membros da Ajuda à Igreja que Sofre refletiram sobre os números e informações recolhidas nos últimos três anos sobre países que enfrentam perseguição / Foto: Reprodução Youtube

A Ajuda à Igreja que Sofre divulgou a edição de 2025 do seu Relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo, que traz à tona a situação de discriminação e perseguição em curso em todo o mundo.

Analisando 196 países, este relatório — abrangendo o período de 1º de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2024 — enfatizou o Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião”.

Em uma conferência no Instituto Patrístico Augustinianum, membros da Ajuda à Igreja que Sofre refletiram sobre os números e informações coletados desde o último relatório, há dois anos, sobre países que enfrentam perseguição e discriminação.

Perseguição em ascensão

Segundo o Cardeal Pietro Parolin, que proferiu o discurso principal, o relatório deste ano é o maior desde que a ACN começou a publicá-lo em 1999, mostrando que a tendência de perseguição religiosa continua a aumentar. O relatório alerta que 64,7% da população mundial – quase 5,4 bilhões – vive em países com “violações graves ou muito graves da liberdade religiosa”.

O que torna o relatório da ACN único é que ele adota uma abordagem deliberadamente universal, analisando não apenas as religiões cristãs, mas todas elas. Petrosillo destacou que este relatório é o único no mundo que não está vinculado a um governo. Também não se limita a um pequeno número de países, o que lhe permite ter uma perspectiva universal e global.

A liberdade religiosa é essencial

A Presidente Executiva da ACN Internacional, Regina Lynch, refletiu sobre as palavras do Papa Leão XIV em uma audiência com membros da organização em 10 de outubro: “A liberdade religiosa, portanto, não é meramente um direito legal ou um privilégio concedido a nós pelos governos. É uma condição fundamental que torna possível a reconciliação autêntica.”

Lynch reforçou a afirmação de que “o direito de viver de acordo com a própria consciência é o coração da dignidade humana”. Ela enfatizou que, onde esse direito é respeitado, a paz e a justiça florescem. Mas, onde é negado, o espírito humano e a sociedade perdem seus próprios fundamentos.

Assume diferentes formas

Durante a conferência, Petrosillo destacou as diferentes causas da perseguição religiosa, que variam de país para país: governos autoritários, extremismo, nacionalismo étnico-religioso, crime organizado, perseguição híbrida e intolerância legalizada.

Além disso, a perseguição religiosa pode ser vista como resultado da guerra, mesmo que ela não seja religiosa. Ela citou Ucrânia, Gaza e Síria como exemplos.

Na era digital, a perseguição e a discriminação também podem ser encontradas online. Crentes são rastreados, censurados e até presos por suas atividades online. Petrosillo argumentou que “regimes autoritários e grupos extremistas utilizam a tecnologia como arma para silenciar a dissidência e atacar minorias”.

Uma petição por mudança

Encerrando a sessão matinal de apresentação do relatório, Lynch convidou todos a se juntarem à ACN na assinatura de sua primeira petição global. Ela pede ações concretas na forma de leis para defender o direito das pessoas à liberdade religiosa. A petição estará disponível para assinatura até novembro de 2026, quando será formalmente apresentada às Nações Unidas, à União Europeia, a representantes de governos democráticos e à comunidade diplomática, incentivando-os a aderir ao movimento.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo