A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre divulgou hoje, em Roma, o Relatório 2025 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo. O documento mostra que, em várias regiões, viver a fé ainda é um desafio.
Reportagem de Danúbia Gleisser e Daniele Santos
A apresentação do relatório foi realizada no Pontifício Instituto Patrístico Agostiniano em Roma. Em seu discurso, Cardeal Parolin lembrou da audiência do Papa Leão com os colaboradores da ACN no dia 10 de outubro e citou as palavras do Santo Padre.
Por mais de 25 anos, o relatório mundial sobre a liberdade religiosa tem sido uma ferramenta poderosa para aumentar a conscientização e que este relatório faz mais do que fornecer informações. É uma testemunha que dá voz aos que não têm voz, pois revela o sofrimento oculto de muitos.
O cardeal lembrou também o pensamento de São Paulo VI, que disse que Cristo convida todos para si, para a fé, e produz uma obrigação moral, uma obrigação salvífica, mas não obriga nem tira a liberdade do homem que deve decidir por si mesmo sobre o próprio destino e a própria relação com Deus.
Segundo os organizadores, o relatório sobre a liberdade religiosa no mundo tornou-se uma ferramenta de referência global sobre a situação desse direito fundamental. Sua publicação ocorre a cada dois anos e está disponível em seis idiomas.
Sandra Sarti, presidente da ACN na Itália, lembrou que a primeira edição do relatório ocorreu em 1999 e até hoje fornece um mapa incrível e dramático dos lugares onde acontecem perseguições e discriminações e dados relevantes no plano religioso, antropológico e cultural, além de expressarem um valor político.
Para a editora chefe do relatório, Marta Petrosillo, o assunto da liberdade religiosa continua a piorar. Ela explicou que o relatório analisou 196 países e o mapa mostra 24 países vermelhos onde há perseguições. E em laranja estão 38 lugares em que há discriminação.
O relatório apresentou também que em 31 países a liberdade religiosa não é garantida por lei. Em 50 as leis são iguais para todos, só em teoria, mas não na prática. E a justiça não é garantida. Já em 34 países, as pessoas não são livres para mudar de religião. E em 53 existe uma pressão social que causa discriminação ou perseguição, apesar do direito neutro.
De acordo com os dados, há 52 países que vão da América Latina a Ásia, em que a discriminação ocorre por governos autoritários. Durante o encontro, os presentes ouviram o testemunho de Shagufta Causar, que passou oito anos presa no Paquistão sob acusação de blasfêmia.




