Em comunicado à imprensa, diretor da ACN diz que o problema é generalizado e que é perigoso, nos países africanos, professar a própria fé
Da Redação, com ACN
A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre – Itália destaca a urgência de se assegurar estabilidade e segurança nos países africanos ameaçados pela perseguição. A entidade emitiu um comunicado à imprensa nesta segunda-feira, 16, após o ataque contra uma casa paroquial na Nigéria neste domingo, 15. No ataque, um padre morreu e outro ficou ferido.
Na Nigéria, entre janeiro de 2021 e junho de 2022, mais de 7600 cristãos foram mortos e mais de 5200 sequestrados. No populoso país africano, registra-se também o maior número de sequestro de sacerdotes: 28 em 2022 e dois nestes primeiros dias de 2023, sendo um ontem.
Também ontem, em Kasindi, no Norte de Kivu, República Democrática do Congo, durante o culto dominical numa igreja pentecostal, houve um ataque reivindicado por milicianos do ISCAP, braço do Isis na África central. O balanço provisório é de pelo menos 10 mortos e 39 feridos.
O perigo de professar a fé
A Conferência Episcopal da República Democrática do Congo, país de destino da Viagem Apostólica do Papa Francisco de 31 de janeiro a 3 de fevereiro próximo, já havia dado o alarme sobre a deterioração da segurança, expressando preocupação de que a nação pudesse desmoronar por causa da violência atualmente perpetrada por vários grupos armados.
“O problema é generalizado”, sublinha o Diretor da Ajuda à Igreja que Sofre, Alessandro Monteduro. “Basta pensar que das 26 nações em que é ativa a perseguição contra as minorias religiosas, 12 são países africanos. Redes jihadistas transnacionais se espalham ao longo do Equador e aspiram a ser “califados” transcontinentais”, informa Montedouro. Ele alerta sobre um cinturão de violência jihadista que se estende do Mali a Moçambique na África subsaariana.
O diretor da ACN frisa ainda que na África é extremamente perigoso professar a própria fé. “O Ocidente que adora apelar para os direitos humanos não pode continuar a assistir indiferente à matança em curso, enquanto as autoridades locais não podem se dar ao luxo de fugir, deixando as comunidades religiosas indefesas e à mercê da violência organizada. É hora de agir para garantir a estabilidade e a segurança nos países africanos ameaçados pela perseguição”, conclui o Diretor de Ajuda à Igreja que Sofre.