Dom Alberto Taveira presidiu a Missa de abertura do Círio 2020; Manto de Nossa Senhora de Nazaré foi apresentado
Julia Beck
Da redação
Com uma homilia voltada para o evangelho da Anunciação de Nossa Senhora, o arcebispo da Arquidiocese de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, presidiu a missa de abertura do Círio de Nazaré 2020, na Basílica Santuário.
Em sua homilia, o prelado afirmou que os presentes tinham uma grande responsabilidade, a de representar as muitas pessoas que desejavam participar da missa que culminou na apresentação do Manto de Nossa Senhora.
A presença dos vigários episcopais das 95 paróquias que compõe a arquidiocese expressou, de acordo com Dom Taveira, o sentido da comunhão. Neste ano cada igreja local recebeu um pedaço da corda, que geralmente é carregada por milhares de fiéis nas procissões da Trasladação e o domingo do Círio. Juntas, as partes da corda formam um grande rosário. “Um rosário formado de orações e corações”, frisou o arcebispo.
“Não poderemos estar unidos para fazer a grande procissão do domingo, mas estaremos nas paróquias reunidos para acolher as imagens de Nossa Senhora de Nazaré. Essa será uma expressão da grande união das realidades da arquidiocese de Belém”, destacou Dom Taveira.
Em sua reflexão, o arcebispo de Belém refletiu que a anunciação de Nossa Senhora começa a ser citada na bíblia como parte dos desígnios insondáveis da providência de Deus. Ao citar o livro do gênesis, o prelado recordou a inimizade colocada entre a serpente e a descendência da mulher. Depois lembrou da profecia que dizia que uma virgem conceberia e daria a vida a um filho e o sonho de São José.
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O arcebispo de Belém destacou: “A virgem Maria era apenas uma adolescente, uma moça simples em Nazaré”. Sobre este fato, refletiu: “Deus tem escolhas surpreendentes. Isto nos ensina que também os mais jovens podem dar uma resposta a Deus e, por mais pequena que possa parecer nossa resposta, ela pode mudar o mundo”.
“Deus faz um chamado a todos”, frisou. Dom Taveira afirmou aos fiéis, que todos são levados a sério por Deus e prosseguiu reafirmando que o evangelho de hoje contempla a história de Nossa Senhora, discípula de Jesus, mulher que guardou no coração e meditou sobre tudo, que participou do primeiro milagre. “Nossa senhora sempre remete ao seu filho”.
No segundo e definitivo “sim”, Maria recebeu a humanidade chagada representada por João, citou o arcebispo. Em pentecostes, se Pedro foi a cabeça, certamente Maria, como ensinava São João Paulo II, foi o coração, complementou o prelado.
“Na história da Igreja, Nossa Senhora continua acompanhando todos que são cristãos. A partir da cruz, todo o discípulo que se preza leva Maria para casa. Levamos Maria conosco na casa do nosso coração. (…) Com a anunciação revemos o caminho de Nossa Senhora, e nele entrevemos o nosso caminho”, observou.
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Do plano de Deus ao Apocalipse – livro que cita Maria como a Virgem revestida de Sol, Dom Taveira afirma que todos os católicos são convidados a repetir: “Ave Maria, Cheia de Graça!”.
Neste tempo de pandemia, meses sofridos, muitos católicos repetiram milhões de vezes: “Ave Maria, Cheia de Graça!”, disse o arcebispo. O prelado prosseguiu: “Hoje entendo porquê o Senhor me inspirou este tema para esse ano. Quem sabe quantas pessoas tiveram seus dedos calejados de tanto rezar o terço… Redescobrimos o terço, redescobrimos um olhar para Jesus com os olhos de Maria”.
“Nos sentimos melhores do que antes, purificados pela dor, mas cheios de esperança. Deus não nos abandona. Repetimos tantas vezes na missa: ‘Ele está no meio de nós’. Ele é o Deus conosco, conforme a profecia do profeta Isaías”, concluiu Dom Taveira.
Ao final da celebração eucarística, as cordas foram entregues aos vigários paroquias e a imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi recebida por todos os presentes.