Iniciado em 1890, processo de beatificação e canonização de Dom Bosco foi longo; Em 1934, o salesiano foi declarado santo pelo Papa Pio XI
Da redação, com Boletim Salesiano e RSB
Nesta segunda-feira, 1º, celebra-se os 90 anos da canonização de São João Bosco, o fundador dos salesianos. Seu processo de beatificação e canonização foi longo, teve início em Turim, no dia 4 de junho de 1890, foi declarado venerável em 1907 e beatificado em 1929.
A canonização ocorreu no dia 1º de abril de 1934, data em que celebrava-se a Solenidade da Páscoa e o encerramento do Jubileu Extraordinário da Redenção. Na ocasião, o Papa Pio XI declarou: “Beato João Bosco é Santo, e o inscrevemos no número dos Santos, estabelecendo que se honre devotamente sua memória pela Igreja universal entre os Santos Confessores não Pontífices, cada ano, em seu dia natal, quer dizer, o trinta e um de janeiro”.
Quando completou-se 75 anos da canonização de Dom Bosco, o assessor no Pontifício Comitê para Ciências Históricas, Padre Enrico Dal Covolo, escreveu que a canonização de São João Bosco relembra aos educadores a legitimidade do método utilizado por ele com os jovens.
“A canonização de Dom Bosco relembra irresistivelmente aos educadores de hoje a legitimidade perene do Sistema Preventivo, fundado na razão, na religião e na bondade (amorevolezza), e objetivando a construção do honesto cidadão e do bom cristão: um sistema educativo comprovado, em pouco mais de um século, por uma falange de modelos da santidade juvenil como Domingos Sávio, Laura Vicuña, os Cinco Jovens Mártires de Poznań, Alberto Marvelli, os Jovens Mártires espanhóis, o índio Zeferino Namuncurá…”, afirmou.
Também, no 80° aniversário da canonização de Dom Bosco, o cardeal Angelo Amato, SDB, na época prefeito da Congregação Vaticana para a Causa dos Santos, afirmou: “Dom Bosco e o seu Sistema Educativo fazem parte, é claro, da identidade salesiana; mas não são de nossa exclusiva propriedade, não são ‘coisa apenas nossa’. Dom Bosco não é somente o santo dos salesianos: é Santo da Igreja, assim como o seu Sistema Preventivo”.
O Carisma Salesiano
Por escolha de Dom Bosco, os salesianos têm São Francisco de Sales como modelo, devido a sua amabilidade e paixão evangelizadora; além de estudarem e imitarem São João Bosco, que é pai e mestre da ordem. Sua missão é, prioritariamente, a educação e a evangelização dos jovens.
A Espiritualidade Salesiana é a espiritualidade da alegria, “da paixão pela vida e pelo Senhor da Vida”. O Salesiano faz de sua vida uma oração, onde cada jovem que cruza o seu caminho é a presença de Deus, na certeza de que “Deus o espera nos jovens”.
Dom Bosco ensina também que cada vida é um presente de Deus para si e para os outros, e a felicidade só se torna verdadeira quando ofertada ao próximo.
Sobre Dom Bosco
Nascido em Castelnuovo d’Asti, na Itália, no dia 16 de agosto de 1815, João Melchior Bosco foi educado pela mãe na fé e na prática coerente da mensagem evangélica.
Com apenas nove anos, teve um sonho e intuiu que deveria se dedicar à educação da juventude. Ainda garoto, começou a entreter os meninos de sua idade com brincadeiras alternadas com trabalho, oração e instrução religiosa.
Ordenado sacerdote (1841), escolheu como programa de vida: “Dai-me almas e permanecei com o resto”, e começou o seu apostolado no meio dos jovens mais pobres, fundando o Oratório e colocando-o sob a proteção de São Francisco de Sales.”
Com seu estilo educativo e a sua práxis pastoral, baseados na razão, na religião e na “amorevolezza” (Sistema Preventivo) levava os adolescentes e os jovens à reflexão, ao encontro com Cristo e com os irmãos, à educação da fé e à sua celebração nos sacramentos, ao compromisso apostólico, civil e profissional. Entre os mais belos frutos de sua pedagogia, destaca-se São Domingos Sávio.
Fonte da sua infatigável atividade e da eficácia de sua ação foi uma constante “união com Deus” e uma ilimitada confiança em Maria Auxiliadora que ele sentia como mãe. Aos seus filhos salesianos deixou em herança uma forma de vida religiosa simples, mas solidamente fundada nas virtudes cristãs, na contemplação na ação, e sintetizadas no binômio “trabalho e temperança”.
Escolheu entre seus jovens os melhores colaboradores de sua obra, dando origem à Sociedade de São Francisco de Sales; junto com Santa Maria Domingas Mazzarello fundou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora; e, com bons e ativos leigos, homens e mulheres, criou os Cooperadores Salesianos, para ajudar e apoiar a obra da educação da juventude, antecipando assim novas formas de apostolado na Igreja.
No Centenário de sua morte, no dia 31 de janeiro de 1988, João Paulo II o declarou e proclamou Pai e Mestre da juventude. Seu corpo repousa na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim.
Informações: Boletim Salesiano e Rede Salesiana Brasil