FESTA DE NOSSA SENHORA APARECIDA
PADROEIRA DO BRASIL
Je désire une cordiale bienvenue, à Madame Immaculée Ilibagiza, vous qui avez survécu, miraculeusement, au génocide au Rwanda en 1994. Madame Immaculée Ilibagiza a emigré aux États Unis où elle a travaillé aux Nations Unies (ONU). Mère de deux enfants, elle se dédie actuellement à la fondation qui porte son nom: Fondation Ilibagiza. Madame Ilibagiza se dédie à aider d’ autres survivants à se récupérer des effets traumatiques provoqués par la guerre. Sa vie a été préservée, sans doute par l’oeuvre de la Divine Providence, pour qu’elle puisse raconter son histoire et les horreurs de la guerre et en même temps lutter pour un monde plus juste, sans discrimination, sans haine et sans violence; un monde où tous puissent vivre comme des fils de Dieu et comme des frères les uns des autres.
Soyez bienvenue, Madame Immaculée Ilibagiza, et que Notre Dame Aparecida vous protège ainsi que votre famille et votre travail pour la paix.
Dou cordiais boas-vindas a senhora Immaculèe Ilibagiza, que sobreviveu, miraculosamente, ao genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994. Emigrou para os Estados Unidos e trabalhou nas Nações Unidas (ONU). É mãe de dois filhos e, atualmente, se dedica à Fundação que traz o seu nome: Fundação Ilibagiza, dedicada a ajudar outros sobreviventes a se recuperarem dos efeitos traumáticos produzidos pela guerra. Sua sobrevivência é obra da divina providência que preservou sua vida para que pudesse contar sua história e os horrores da guerra e lutar por um mundo mais justo, sem discriminação, sem ódio, sem violência, no qual todos possam viver como filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Seja bem-vinda, senhora Immaculèe Ilibagiza, e que Nossa Senhora Aparecida proteja a senhora, sua família e o seu trabalho pela paz.
Em outubro de 1717, três simples pescadores foram mandados ao rio Paraíba a fim de trazer peixes para o Conde de Assumar que iria passar por Guaratinguetá a caminho da Capitania de Minas Gerais, então pertencente a capitania de São Paulo. Após lançarem a rede várias vezes, sem nenhum resultado, ao chegarem com sua canoas ao Porto de Itaguaçu, um dos pescadores, João Alves, lançou novamente a rede e tirou das águas o corpo de uma imagem, sem cabeça. Lançando a rede mais abaixo, outra vez, retirou a cabeça da mesma imagem. Era uma estátua da Imaculada Conceição que ninguém sabe como fora parar ali. Ao continuar a pescaria, não tendo até então apanhado nenhum peixe, dali por diante foi tão copiosa a pescaria que os três pescadores admirados do sucesso, viram na pesca e no encontro da imagem um sinal da proteção do céu, da Senhora da Conceição, representada naquela imagem de terracota, pequena e escura. Felipe Pedroso recolheu, com respeito, a pequenina imagem, envolveu-a em um pano e a levou para a casa. Mais tarde, foi levada para um oratório, no Porto de Itaguaçu, onde começou a devoção a Nossa Senhora da Conceição, que, logo foi chamada, carinhosamente, de Nossa Senhora Aparecida.
Vinte e seis anos mais tarde, no dia 05 de maio de 1743, Dom Frei João da Cruz, Bispo da Diocese do Rio de Janeiro, que na época abrangia a Capitania de São Paulo e quase toda a de Minas Gerais, assinou em Mariana, antiga vila do Ribeirão do Carmo, o decreto canônico, erigindo a Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Dois anos mais tarde, o mesmo Dom Frei João da Cruz, achando-se em Mariana, novamente, em preparativos para a criação da Diocese de Mariana e ciente de já haver sido edificada, no alto do Morro dos Coqueiros, a capela de Aparecida, autorizou por provisão do dia 22 de maio de 1745, a sua bênção litúrgica e o culto divino da mesma. (cf. Oliveira, Oscar. Virgem Maria: Mãe de Deus e Mãe dos Homens. Mariana: Editora Dom Viçoso, 1968, p. 151).
Quase dois séculos mais tarde, a pequena Capela foi substituída pela atual Matriz Basílica que foi sagrada e inaugurada no dia 08 de setembro de 1909, por Dom Duarte Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo. Com o fluxo de romeiros cada vez mais numeroso, tornou-se necessário a construção de um novo templo, com capacidade para acolher um maior número de romeiros.
No dia 11 de novembro de 1955, com a bênção do senhor Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Arcebispo de São Paulo, iniciou-se a construção deste grandioso Santuário, projetado pelo arquiteto Benedito Calixto. No dia 04 de julho de 1980, o Papa João Paulo II, em sua 1ª visita ao Brasil, fez a sagração deste magnífico templo, cuja construção tem sido levada adiante graças a colaboração generosa dos devotos de Nossa Senhora Aparecida e ao zelo pastoral incansável dos missionários redentoristas que, desde 28 de outubro de 1894, a pedido de Dom Lino de Carvalho Deodato, 8º. Bispo de São Paulo, assumiram o cuidado pastoral do Santuário.
Hoje, são mais de 10 milhões de devotos de Nossa Senhora Aparecida que visitam este Santuário e, com a Rede Aparecida de Comunicação, este Santuário, parafraseando o Papa João Paulo II, “se converteu, não só para os romeiros, mas também, para o Brasil, em antena permanente da boa nova da salvação.”
Os textos das leituras que acabamos de escutar nos fazem referência ao tema da festa da Padroeira, deste ano: “Senhora Aparecida, reflexo do coração materno de Deus”.
Ester, órfã de pai e mãe, foi eleita esposa do rei Assuero, rei da Pérsia e pela sua beleza, prudência e sua confiança em Deus, obteve a libertação do povo judeu que tinha sido condenado ao extermínio por um edito real. A tradição cristã viu no papel desempenhado por Ester em favor do seu povo, a prefiguração de Maria, na sua função materna e de advogada nossa diante de Deus. Esta confiança na missão de Maria de defensora do povo cristão foi expressa na primeira oração mariana, composta no Egito, no século 3º.: “Sob a vossa proteção nós nos refugiamos, ó Santa Mãe de Deus. Não desprezeis nossas súplicas, mas livrai-nos de todos os perigos, Virgem gloriosa e bendita”. No decorrer dos séculos, Nossa Senhora tem sido sempre invocada pelos cristãos em suas súplicas, sobretudo, nos momentos difíceis. Diante de Cristo, mediador entre Deus e os homens, Maria é a nossa mãe que está continuamente intercedendo por nós seus filhos. Se os santos podem interceder em nosso favor, com maior razão a Virgem Maria, mãe de Deus e nossa mãe!
No evangelho, São João faz referência a um casamento em Caná da Galiléia e destaca, neste episódio, a presença da mãe de Jesus, do próprio Jesus e de seus discípulos. Durante o banquete o vinho veio a faltar. Quem dá conta da situação de angústia dos noivos é Maria e ela apenas diz a Jesus: “Eles não têm mais vinho”. A resposta de Jesus parece de indiferença à preocupação de Maria. “Mulher, porque me dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”. A resposta de Jesus é um semitismo, isto é, uma maneira normal da época de se dirigir as mulheres, como vemos no diálogo com a mulher adúltera; no diálogo com a Samaritana; e a mesma expressão é usada também por ele, no Calvário, quando se dirige a Maria ao pé da cruz: “Mulher, eis aí teu Filho.”
A hora de Jesus, no evangelho de João, é a hora de sua glorificação definitiva, de sua volta ao Pai após sua morte e ressurreição, por isso, ele diz que sua hora ainda não chegou. Maria compreende o significado profundo da resposta de Jesus, e sua hora fixada pelo Pai não será antecipada. Maria, porém, com plena confiança e esperança de que seu Filho haveria de resolver a situação, diz aos serventes: “Fazei tudo o que vos disser”. Este primeiro milagre que se realizou, no inicio de sua vida pública, a pedido de Maria, é o anúncio simbólico da hora de Jesus, da manifestação da sua glória e os seus discípulos creram nele.
Maria é o reflexo humano do coração materno de Deus. Por isso, os fiéis recorrem a ela com tanta devoção, pois sentem intuitivamente este amor materno. Sabem que Maria compreende sua dor e seus desejos, entende suas limitações. Reconhecem em Maria a nossa irmã, que viveu como perfeita discípula de Jesus com esperança e coragem. Reverenciam a Senhora Aparecida como Mãe nossa, que reúne os filhos e filhas debaixo de seu imenso manto. Pois o povo costuma dizer: “em coração de mãe sempre cabe mais um filho”. No cuidado e na ternura de Maria se reflete a bondade de Deus. No seu canto, chamado “Magnificat”, ressoa a voz do Deus que olha com carinho especial para os pobres e injustiçados deste mundo.
Podemos dizer, com certeza: Maria é reflexo do amor de Deus. Ela não é fonte. Por isso, no culto católico, Nossa Senhora não ocupa o lugar de Jesus, que é o único mediador entre Deus e a humanidade, como afirma São Paulo, na primeira epístola a Timóteo. Maria consegue as graças que pedimos, mas é Deus que as concede.
Hoje, dia da Padroeira e Rainha do Brasil, rogamos à Mãe de Deus, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que cuide de nosso amado e continental país, que foi confiado à sua proteção como Padroeira principal de nossa Nação Brasileira e de sua boa gente. Que a Senhora Aparecida faça crescer em todos nós a fé em Jesus, o compromisso de anunciá-Lo aos nossos irmãos, a consciência cidadã, a responsabilidade de cuidar também dos mais fracos e de proteger o meio ambiente.
Confiantes, suplicamos à Mãe de Jesus que faça de cada um de nós e das nossas comunidades, reflexo da misericórdia de Deus. Alegres, recorremos à Mãe Aparecida, dizendo: “Maria, reflexo do coração materno de Deus”, rogai por nós. Amém!