Aprofundamento

Entenda a função dos "Círculos menores" no Sínodo

Secretário Especial do Sínodo, Dom Bruno Forte, explica qual a função dos Círculos menores e como se realiza o trabalho nestes pequenos grupos

Da redação, com Rádio Vaticano

Uma das novidades da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano, é o amplo espaço dado aos Círculos menores, pequenos grupos de aprofundamento nos quais os Padres sinodais foram subdivididos. Mas qual a função dos Círculos menores e como se realiza o trabalho nestes pequenos grupos? Veja o que disse o Secretário Especial do Sínodo, Dom Bruno Forte, sobre o assunto:

Dom Bruno Forte: São grupos de aprofundamento, de elaboração de ideias, constituídos segundo as línguas, porque é bom recordar que o Sínodo tem cinco línguas em que, efetivamente, se trabalha. Portanto, constituem aquilo que numa linguagem usual se chama ‘grupos de estudo’, ‘grupos de aprofundamento… Em todo caso, trata-se de uma forma para facilitar e favorecer a mais ampla participação e o mais amplo debate.

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Qual a importância do trabalho de cada Círculo menor, tendo em vista aquilo a que o Sínodo se propõe?

Dom Bruno Forte: Creio que seja muito importante porque – como diz a palavra ‘Sínodo’ – se caminha juntos. Uma coisa é uma assembleia de 270 padres mais uma centena de colaboradores e especialistas; outra coisa é um Círculo em que cerca de trinta padres podem – com alguns colaboradores e especialistas – partilhar e refletir juntos sobre alguns pontos. Em suma, é um exercício efetivo de participação. Não nos esqueçamos que o Sínodo propriamente é tal se essa participação é maximamente favorecida e encorajada.

Dezoito congregações gerais – podemos chamá-las “assembleias plenárias” – e treze sessões de Círculos menores: amplo espaço a esses pequenos grupos. Essa escolha propõe-se, justamente, a valorizar o aprofundamento?

Dom Bruno Forte: Quer valorizar a participação colegial. Um tema que nos está muito a peito é que o Sínodo seja um efetivo exercício da colegialidade episcopal, ou seja, onde os bispos tenham não somente o pleno ‘direito’, mas também o pleno espaço para poder se pronunciar com sua contribuição para poder oferecer um ponto de vista; bem como seus estímulos e suas questões.

A metodologia deste Sínodo é inovadora em relação ao passado?

Dom Bruno Forte: No sentido que dá muito mais espaço aos Círculos menores: coloca-se exatamente na linha de expressar a colegialidade episcopal da melhor forma possível.

Pessoalmente, quais seus votos à luz de tanto empenho, de tanto trabalho destes dias e também deste ano em que – recordemos – nos encontramos na segunda etapa dessa reflexão da Igreja sobre a família?

Dom Bruno Forte: Parto propriamente daquilo que desde o início o Papa Francisco pediu aos bispos: que falassem com grande liberdade, o que me parece tenha se verificado e esteja ocorrendo plenamente, de modo a contribuir com um sentido alto de responsabilidade e de fé, para o bem de toda a Igreja. Este Sínodo – em duas etapas e com a fase intermediária que envolveu muito também as Igrejas locais e a fase preparatória com o questionário – parece-me ser um exercício muito alto de participação da Igreja. Em suma, é uma Igreja que sempre mais se manifesta comunhão, isto é, unidade na variedade, na riqueza da diversidade que o Espírito Santo suscita e onde cada um dá a própria contribuição para o bem de todos. É a Igreja do Vaticano II que toma forma mediante uma estrutura, a estrutura do Sínodo, que é filha do espírito do Vaticano II.

 

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