Em declaração

Sínodo faz apelo de paz no Oriente Médio, Ucrânia e África

“Basta de violência”, pedem os bispos em uma declaração de apoio às famílias que sofrem com a guerra no Oriente Médio, Ucrânia e África

Da redação, com Rádio Vaticano

Neste sábado, 24, antes da conclusão dos trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a Família, os participantes aprovaram e publicaram uma declaração de apoio às populações vítimas da guerra no Oriente Médio, Ucrânia e África, condenando o tráfico de armas.

“As nossas vozes unem-se ao grito de tantos inocentes: basta de violência, basta de terrorismo, basta de destruição, basta de perseguições! Que cessem imediatamente as hostilidades e o tráfico de armas”, assinala o texto, divulgado pela Santa Sé.

Leia a declaração na íntegra:

“Reunidos ao redor do Santo Padre Francisco, Sucessor de Pedro, nós, Padres Sinodais, com os Delegados fraternos, Auditores e Auditoras participantes da XIV Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, dirigimos o nosso pensamento a todas as famílias do Oriente Médio. Há anos, por causa de sangrentos conflitos, elas são vítimas de violências inauditas. Suas condições de vida se agravaram ulteriormente nestes últimos meses e semanas”.

“O uso de armas de destruição de massa, assassínios indiscriminados, decapitações, sequestro de seres humanos, tráfico de mulheres, recrutamento de crianças, perseguições por motivos de crença ou etnia, a devastação de lugares de culto e a destruição do patrimônio cultural e inúmeras atrocidades obrigaram milhares de famílias a fugir de suas casas e buscar refúgio em outros lugares, quase sempre em condições de pobreza extrema”. É o que afirmam o Papa e os 270 padres sinodais.

Famílias que não podem voltar às suas casas

“Atualmente são impedidas de retornar e exercer seu direito de viver com dignidade e segurança em suas terras e de contribuir na reconstrução e no bem-estar material e espiritual de seus países. Neste dramático contexto, são continuamente violados os princípios fundamentais da dignidade humana e da convivência, pacífica e harmônica, entre pessoas e povos, os direitos mais elementares, como a vida e a liberdade religiosa, além do direito humanitário internacional”.

“Recordamos as palavras do Papa Francisco a “todas as pessoas e comunidades que se reconhecem em Abraão: Respeitemo-nos e amemo-nos uns aos outros como irmãos e irmãs! Aprendamos a compreender a dor do outro! Ninguém instrumentalize, para a violência, o nome de Deus! Trabalhemos juntos em prol da justiça e da paz!” (Discurso do Santo Padre no Edifício do Grã-Conselho na Esplanada das Mesquitas, Jerusalém, 26 de maio de 2014).

“Estamos convencidos de que a paz é possível e é possível deter as violências que na Síria, no Iraque, em Jerusalém e em toda a Terra Santa atingem a cada dia mais famílias e civis inocentes e agravam a crise humanitária. A reconciliação é fruto da fraternidade, da justiça, do respeito e do perdão” – prossegue o documento assinado unanimemente por todos os participantes.

Não a decisões impostas

“A paz no Oriente Médio não pode ser alcançada com decisões impostas à força, mas com decisões políticas que respeitem as particularidades culturais e religiosas de cada nação e das várias realidades que as compõem”.

“Nosso único desejo, como pessoas de boa vontade que fazem parte da grande família humana, é que se possa viver em paz. Que judeus, cristãos e muçulmanos encontrem em seu próximo um irmão a ser respeitado e amado, oferecendo, em suas terras antes de tudo, um belo testemunho da serenidade e da convivência entre os filhos de Abrão” – afirmam ainda os padres sinodais, citando a Exortação Apostólica de Bento XVI ‘Ecclesia in Medio Oriente’.

Preocupação com África e Ucrânia

“Nosso pensamento e nossa prece se estendem, com igual preocupação, solicitude e amor, a todas as famílias que se encontram em situações análogas em outras partes do mundo, especialmente na África e na Ucrânia. Elas, como as famílias do Oriente Médio, estiveram muito presentes durante os trabalhos desta Assembleia Sinodal, e para elas também desejamos uma vida digna e tranquila”.

O documento se encerra com uma exortação: “Confiramos à Santa Família de Jesus, Maria e José, que tanto sofreu, as nossas intenções para que o mundo se torne em breve uma única família de irmãos e irmãs!”.

(Tradução Rádio Vaticano)

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