Reflexões aprofundadas dos padres sinodais nessa segunda semana de Sínodo foram apresentadas ao Papa
Da Redação, com Rádio Vaticano
Na 12ª Congregação Geral, padres sinodais apresentaram ao Papa os relatórios das discussões aprofundadas / Foto: L’Osservatore Romano
Foram apresentados nesta quinta-feira, 16, durante a 12ª Congregação Geral do Sínodo Extraordinário sobre família, os relatórios dos Círculos Menores. Os documentos, que foram entregues ao Papa Francisco, apresentam as reflexões aprofundadas dos padres sinodais nessa segunda semana do Sínodo.
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Um dos temas que mais repercutiu após a divulgação da “Relatio”, o primeiro relatório sinodal, foi sobre as uniões homossexuais. Nos relatórios dos Círculos menores, foi reiterado que permanece a impossibilidade de equiparar o matrimônio entre homem e mulher às uniões homossexuais. As pessoas com tal orientação devem ser acompanhadas pastoralmente e protegidas em sua dignidade, sem, todavia, que isso pareça uma aprovação, por parte da Igreja, da orientação e da conduta da vida delas.
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Uma das primeiras observações feitas pelos Círculos Menores é com relação à necessidade de destacar a mensagem positiva do Evangelho da família. Trata-se de olhar não somente para as preocupações das famílias em crise e confirmar que o matrimônio como sacramento, união indissolúvel entre homem e mulher, é um valor atual e no qual tantos casais acreditam.
Os padres sinodais pediram que os documentos finais incluam outros temas, como a importância de políticas em favor da família e o tema das adoções. Sobre esse assunto, o desejo é que se possa acelera os procedimentos burocráticos.
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Os relatórios também falam da necessidade de maior atenção com a presença dos idosos dentro dos núcleos familiares e às famílias que vivem em condições de extrema pobreza. É importante – foi dito em sala – destacar o papel essencial das famílias na evangelização e na transmissão da fé, colocando à luz a vocação missionária.
Quanto às situações familiares difíceis, os Círculos menores evidenciaram que a Igreja deve ser casa acolhedora para todos, a fim de que ninguém se sinta rejeitado. Todavia, desejou-se uma clareza no documento final ao falar desse assunto, para evitar confusão.
No que diz respeito à aproximação dos divorciados recasados ao sacramento da Eucaristia, foram expressas duas reflexões: por um lado, sugeriu-se que a doutrina não seja modificada e permaneça como é agora; por outro, pensou-se em abrir a possibilidade de comunicar-se, em uma ótica de compaixão e misericórdia, mas somente em certas condições. Em alguns casos, foi sugerido que a questão seja estudada por uma comissão especial inter-disciplinar.
Uma maior atenção foi desejada para os divorciados não recasados, testemunhas às vezes heroicas da fidelidade conjugal. Ao mesmo tempo, foi desejada uma aceleração nos procedimentos de reconhecimento da nulidade matrimonial e de constatação de validade do mesmo. Os relatórios também recordam que os filhos não são um ônus, mas um dom de Deus, fruto do amor entre os cônjuges.
Nesse sentido, os Círculos menores pediram uma maior orientação cristocêntrica, bem como uma maior ênfase da ligação entre os sacramentos do Matrimônio e do Batismo. A visão de mundo deve ser aquela que passa a partir da lente do Evangelho, para convidar os homens à conversão do coração.
Sobre a questão da poligamia, em particular dos polígamos convertidos ao catolicismo que desejam aproximar-se dos sacramentos, foi sugerido um estudo global e aprofundado.
Os Círculos Menores também aconselharam uma reflexão mais ampla sobre a figura de Maria e da Sagrada Família, para que sejam propostas como modelo de referência para todos os núcleos familiares.
Enfim, foi pedido que se evidencie que o Relatório final do Sínodo, chamado “Relatio Synodi” será um documento de preparação para a Assembleia Ordinária programada para outubro de 2015. O documento final será apresentado neste sábado, 18.
