O Papa Leão XIV encerrou sua visita à Turquia com encontros voltados ao diálogo inter-religioso e à unidade dos cristãos. Em visitas a templos e celebrações ecumênicas, reforçou a convivência entre tradições distintas antes de seguir viagem para o Líbano. Acompanhe os principais momentos dessa etapa.
Reportagem de Danúbia Gleisser e Daniele Santos
Em seu terceiro dia na Turquia, o Papa Leão XIV visitou a mesquita Sultan Ahmed. Na entrada tirou os sapatos, respeitando o rito do local, e ficou por um momento em silêncio, em espírito de acolhimento e escuta.
Também chamada Mesquita Azul, é uma das mais importantes de Istambul, construída no início dos anos de 1600. O local destaca-se pela riqueza de detalhes. Ao final, Santo Padre seguiu para a Igreja Ortodoxa Siríaca de Mor Efren, que foi inaugurada em 2023. É a primeira e única Igreja construída na Turquia desde a fundação da República. Ali, Leão teve um encontro privado com chefes das igrejas e comunidades cristãs.
Em seguida, o Papa foi à Igreja Patriarcal de São Jorge em Istambul, por ocasião da doxologia, uma expressão de unidade na fé entre católicos e ortodoxos. Lá houve uma mútua saudação entre Leão XIV e o patriarca Bartolomeu I, líder espiritual da Igreja Ortodoxa.
Na ocasião assinaram a declaração conjunta sobre os caminhos da unidade dos cristãos. Ainda no sábado, Leão XIV presidiu a Santa Missa na Volkswagen Arena. Na homilia citou as quatro tradições litúrgicas: Latina, Armênia, Caldeia e Siríaca.
No quarto dia de viagem, a Turquia Leão XIV visitou a Catedral Armênia Apostólica em Istambul. Uma das quatro sedes históricas da Igreja dos Armênios.
Leão agradeceu o patriarca Armênio Sarah I pela calorosa recepção. Ele assegurou a sua total dedicação à sagrada causa da unidade dos cristãos. Seguindo os compromissos ecumênicos, Leão participou da celebração da divina liturgia. presidida por Bartolomeu I, patriarca eccumênico, na Igreja Patriarcal de São Jorge, no dia em que se comemorou a festa do apóstolo André, fundador da sede Constantinopla.
Segundo a tradição, houve muitos mal entendidos e mesmo conflitos entre cristãos de diferentes igrejas e comunidades eclesiais no passado. E ainda existem obstáculos que nos impedem de estar em plena comunhão, mas não devemos recuar no compromisso com a unidade e não podemos deixar de nos considerar irmãos e irmãs em Cristo e amar-nos como tais.
No fim da celebração, ambos deram a bênção ecumênica e veneraram as relíquias de Santo André. Esta foi uma das últimas atividades do Papa na Turquia, que após a cerimônia de despedida partiu para o Líbano. Durante o voo para Beirute, Leão XIV se encontrou com os jornalistas e confirmou a ideia de uma viagem das comunidades cristãs a Jerusalém para as comemorações dos 2000 anos da redenção em 2033.
Já no aeroporto de Beirut, Leão foi recebido pelas autoridades religiosas e políticas na cerimônia de boas-vindas. Nem mesmo o clima chuvoso atrapalhou a música, a dança e a alegria dos que aguardavam Leão, que chegou de papa móvel ao palácio presidencial para visita de cortesia ao presidente da República.
Na entrada, o canto deu lugar a uma projeção de acolhida. E no jardim do palácio presidencial fez o plantio de um cetro, simbolizando a amizade. O seu último compromisso do domingo no Líbano foi o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático. Em seu discurso, refletiu o que é ser um pacificador.
“O compromisso e o amor pela paz não conhecem o medo diante das aparentes derrotas, nem se deixam abater pelas desilusões, mas sabem olhar para o futuro, acolhendo e abraçando todas as realidades com esperança. É preciso tenacidade para construir a paz. É preciso perseverança para cuidar e fazer a vida crescer”, concluiu o Pontífice.
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