Missão educacional

Papa no Jubileu do Mundo Educativo: saciar a fome de verdade e sentido

Leão XIV presidiu missa com estudantes das universidades pontifícias e destacou o olhar alargado que vem da educação: missão de quem educa é levantar os outros

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa na missa do Jubileu do Mundo Educativo / Foto: Filippo Monteforte / AFP

A graça de um olhar conjunto, capaz de colher o horizonte e ir além. Esta é a graça que pode tocar a vida de um estudante ou de um pesquisador, disse o Papa Leão XIV ao presidir a missa do Jubileu do Mundo Educativo na tarde desta segunda-feira, 27. Participaram da missa estudantes e professores das universidades pontifícias.

No início da celebração, Leão XIV assinou a carta apostólica “Traçar novos mapas de esperança”. O documento, que será publicado amanhã, tem como contexto os 60 anos da declaração conciliar “Gravissimum educationis“, de São Paulo VI.

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.: Íntegra da homilia do Papa 

Em sua homilia, Leão XIV partiu do Evangelho do dia, que traz a imagem de uma mulher encurvada que foi curada por Jesus e, assim, pôde receber a graça de um olhar novo, alargado. O Pontífice traçou um paralelo entre a condição desta mulher e o estado de ignorância, quando os seres humanos são incapazes de enxergar além de si mesmos. “Como a mulher curvada do Evangelho, o risco é sempre o de permanecer prisioneiro de um olhar egocêntrico.”, observou.

A mulher curada no Evangelho obtém a esperança, porque finalmente pôde levantar o olhar e ver um mundo novo. “Isso acontece em particular quando encontramos Cristo na nossa vida: nos abrimos a uma verdade capaz de mudar a vida”.

Papa assina carta apostólica por ocasião dos 60 anos / Foto: Filippo Monteforte / AFP

Olhar amplo e integrado

Quem estuda alarga os próprios horizontes e perspectivas, pontuou o Papa. Esta é a graça que recebem: um olhar amplo, que vence a preguiça intelectual e, assim, vence também a atrofia espiritual.

“A espiritualidade precisa deste olhar ao qual o estudo da teologia, da filosofia e das outras disciplinas contribuem de modo especial”, disse. Ele acrescentou que a experiência cristã quer ensinar a olhar a vida e a realidade com um olhar unitário, capaz de abraçar tudo, rejeitando toda lógica de parcialidade. Um olhar do qual a Igreja precisa e que homens e mulheres como Agostinho, Tomás de Aquino, Teresa D’Ávila, Edith Stein e tantos outros souberam integrar.

“Também nós somos chamados a levar adiante o trabalho intelectual e a busca da verdade sem separá-los da vida. É importante cultivar esta unidade, para que o que acontece nas salas da universidade e nos ambientes educativos de todos os níveis e graus não permaneça um exercício intelectual abstrato, mas se torne uma realidade capaz de transformar a vida”.

Saciar a fome de verdade e sentido

Na etapa final de sua reflexão, Leão XIV exortou as universidades a abraçar uma tarefa educacional relacionada ao estudo, à pesquisa e ao ensino. Ele considerou que o ato de educar se assemelha ao milagre contado no Evangelho: o gesto de quem educa significa levantar os outros, ajudá-los a serem eles mesmos e amadurecer uma consciência e um pensamento crítico autônomos. As Universidades Pontifícias devem poder continuar este gesto de Jesus.

“Trata-se de um verdadeiro ato de amor, porque há uma caridade que passa precisamente pelo alfabeto do estudo, do conhecimento, da busca sincera do que é verdadeiro e por aquilo que vale a pena viver. Saciar a fome de verdade e de sentido é uma tarefa necessária, porque sem verdade e significado autênticos pode-se cair no vazio e até morrer”, destacou o Santo Padre.

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