Te Deum

Papa no fim de 2025: Deus tem plano de esperança para a humanidade

Durante as Primeiras Vésperas e o Te Deum, Leão XIV destacou Maria, a plenitude dos tempos e o Jubileu como sinais do desígnio de Deus

Julia Beck 
Da Redação

Papa preside celebração solene, vestindo paramentos litúrgicos brancos e mitra, segurando báculo e acenando aos fiéis, acompanhado por clérigos.

Papa Leão XIV na celebração das Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus e do Te Deum de Ação de Graças pelo final do ano/ Foto: REUTERS -Vincenzo Livieri

Antes do encerramento do ano de 2025, o Papa Leão XIV presidiu nesta terça-feira, 31, a tradicional celebração das Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, seguida do Te Deum de Ação de Graças pelo final do ano. Em sua homilia, o Santo Padre destacou a gratidão pela esperança e pela contemplação do mistério da Encarnação.

Segundo o Pontífice, a liturgia das primeiras vésperas é de “uma riqueza extraordinária, que vem tanto do fascinante mistério que se celebra quanto da sua localização precisa no final do ano”. O Santo Padre explicou então que “as antífonas dos salmos e o Magnificat enfatizam o acontecimento paradoxal de Deus nascido de uma Virgem, ou da maternidade divina de Maria”. “Esta solenidade, que conclui a oitava do Natal, abrange ao mesmo tempo a passagem de um ano para o outro e estende para ela a bênção daquele que era, que é e que há de vir”.

Em 2025, a celebração ganhou um significado especial: o encerramento do Jubileu, no coração de Roma, no túmulo de São Pedro. Leão XIV frisou que o Te Deum, que é ressoado na cerimônia, expande este ano a voz de todos os corações e rostos que passaram pela Basílica de São Pedro e pelas ruas de Roma.

Liturgia

Ao refletir sobre a leitura bíblica, o Papa enfatizou um dos ensinamentos centrais do apóstolo Paulo: “quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, sob a Lei, para redimir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a sua adoção filial”.

Para o Pontífice, essa expressão revela o desígnio de Deus para a humanidade, pois, “ao apresentar o mistério de Cristo, sugere um propósito, um grande plano para a história da humanidade, misterioso, com um centro claro, como uma alta montanha iluminada pelo sol, envolta por uma densa floresta. Esse centro é a plenitude dos tempos”.

O Santo Padre lembrou ainda que essa mesma perspectiva está presente na Carta aos Efésios, ao afirmar ser vontade de Deus “fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais e terrenas”.

Projeto que brote do amor de Deus

O mundo atual necessita de um projeto que brote do amor de Deus, indicou o Santo Padre. “No nosso tempo, sentimos a necessidade de um plano sapiente, benevolente e misericordioso, que seja um plano livre e libertador, pacífico e fiel, como aquilo que a Virgem Maria proclamou em seu canto de louvor: ‘a sua misericórdia se estende de geração em geração aos que o temem’”.

Em contraposição, Leão XIV advertiu que “outros planos envolvem o mundo: são antes estratégias destinadas a conquistar mercados, territórios e esferas de influência, estratégias armadas e disfarçadas de discursos hipócritas, proclamações ideológicas e falsos motivos religiosos”.

À luz do Magnificat, o Pontífice apresentou Maria como aquela que contempla a realidade com o olhar de Deus. “A Santa Mãe de Deus, a mais pequenina e elevada das criaturas, vê as coisas com o olhar de Deus: vê que, com o poder do seu braço, o Altíssimo despensa as tramas dos soberbos, derruba os poderosos de seus tronos, exalta os humildes, enche as mãos dos famintos de bens e esvazia as dos ricos”. O Papa explicou ainda que “a Mãe de Jesus é a mulher com quem Deus, na plenitude dos tempos, escreveu a Palavra que revela o Mistério; não a impôs, mas a propôs primeiro ao seu coração e, tendo recebido o seu ‘sim’, escreveu-a com um amor inefável em sua carne”. Assim, destacou, “a esperança de Deus entrelaçou-se com a esperança de Maria, descendente de Abraão, segundo a carne e segundo a fé”.

Esperança

Outro destaque da homilia de Leão XIV foi o valor da esperança vivida pelos pequenos. “Deus gosta de ter esperança com o coração dos mais pequeninos, envolvendo-os em seu plano de salvação. Quanto mais belo for o plano, maior será a esperança e, de fato, o mundo continua impulsionado pela esperança de pessoas simples, desconhecidas, que, apesar de tudo, acreditam em um mundo melhor, que sabem que o futuro está nas mãos daquele que lhes dá a maior esperança”, refletiu.

Como exemplo dessa confiança, o Pontífice recordou São Pedro, pescador da Galileia a quem Jesus chamou: Pedro. “Deus Pai deu-lhe uma fé tão sincera e generosa que o Senhor pôde edificar a sua comunidade sobre ela”. Segundo o Santo Padre, esse testemunho permanece vivo, pois ainda hoje – e de forma especial neste Ano Santo, católicos de todas as partes do mundo continuam rezando sobre o túmulo do apóstolo e primeiro Papa da Igreja, renovando a fé em Jesus Cristo.

Jubileu

Ao falar sobre o significado do Jubileu, o Santo Padre afirmou que ele é um grande sinal de um mundo novo, renovado e reconciliado segundo o plano de Deus e, nesse plano, a Providência reservou um lugar especial para a cidade de Roma. “Aqui, Pedro, Paulo e tantos mártires derramaram o seu sangue por Cristo. Por isso, Roma é a cidade do Jubileu”.

Leão XIV manifestou então o desejo de que “Roma seja digna de seus pequeninos: crianças, idosos e famílias que lutam para sobreviver” e agradeceu a Deus “o dom do Jubileu, que foi um grande sinal do plano de esperança de Deus para todo o mundo”.

Por fim, o Papa parabenizou todos os que trabalharam durante o Jubileu no acolhimento e no serviço aos peregrinos e lembrou: “esta era, há um ano, a esperança do amado Papa Francisco: que Roma esteja a serviço do plano de Deus, sob a proteção da Santa Mãe de Deus, Salus Populi Romani”.

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