Leão XIV retomou as Audiências Jubilares de sábado e concentrou sua catequese no momento em que Jesus diz: ‘O Reino dos Céus é como um esouro escondido num campo’
Da redação, com Vatican News

Papa Leão XIV na Praça de São Pedro, no Vaticano, para uma audiência jubilar na véspera da canonização de Carlo Acutis / Foto: Vatican Media-CPPIPA-Sipa USA via Reuters Connect
O Papa Leão XIV retomou as Audiências Jubilares especiais de sábado, na manhã deste 6 de setembro, concentrando-se nas palavras de Jesus: “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo”. Sem esquecer das vindouras beatificações, a Praça São Pedro foi adornada com a tapeçaria dos futuros santos Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati.
Sua catequese começou com uma reflexão sobre o “encanto especial” que as crianças sentem ao cavar a terra, “quebrando a crosta dura do mundo para ver o que há por baixo”.
É assim, disse o Papa, “que se encontra o Reino de Deus. A esperança reacende quando cavamos e rompemos a crosta da realidade, quando vamos além da superfície”.
Santa Helena, uma “mulher que busca”
O Sucessor de Roma lembrou aos fiéis os primeiros cristãos que, assim que puderam professar livremente sua fé, começaram a escavar sua história, “especialmente nos lugares da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus”.
Ele citou o exemplo de Santa Helena, mãe do primeiro imperador cristão, que, segundo uma tradição universal, patrocinou escavações na Terra Santa. Santa Helena, disse ele, é lembrada como “uma mulher que busca, uma mulher que escava”. E observou: “O tesouro que acende a esperança é, de fato, a vida de Jesus”, afirmando: “devemos partir em busca de Seus vestígios”.
A busca de Helena, sugeriu o Papa, pode ser explicada pelas cruzes que ela carregou em sua própria vida, a começar por suas origens humildes. Ao longo de sua vida, Helena experimentou tristezas e decepções, mas permaneceu “uma mulher em busca”. “Ela havia decidido se tornar cristã”, disse o Papa, “e sempre praticou a caridade, nunca esquecendo as pessoas humildes de onde ela mesma vinha”.
O Papa Leão destacou sua “dignidade e fidelidade”, qualidades que “ainda hoje mudam o mundo: elas nos aproximam do tesouro, como o trabalho de um agricultor”.
Encontrando o Reino de Deus
O Bispo de Roma enfatizou que o trabalho de “cultivar o próprio coração exige esforço… mas cavando, encontra-se; abaixando-se, aproxima-se cada vez mais daquele Senhor que se despojou para se tornar como nós”.
Recordando novamente a descoberta das relíquias da Paixão através das escavações de Santa Helena, o Papa disse que a Cruz de Jesus “jaz sob a crosta da nossa terra”.
É sempre possível, concluiu o Papa Leão, “pisar descuidadamente no tesouro sob os nossos pés”. Mas, disse ele, “se nos tornarmos como crianças, conheceremos outro reino, outra força. Deus está sempre abaixo de nós, para nos elevar ao alto”.