Audiência no Vaticano

Papa: médicos são como anjos que cuidam e protegem os pacientes

Leão XIV afirmou aos membros da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe que a inteligência artificial pode ajudar, mas nunca irá substituir os médicos

Da Redação, com Vatican News

Foto: Canva

O Papa Leão XIV recebeu em audiência nesta quinta-feira, 2, no Vaticano, os representantes da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe (CONFEMEL), uma organização que representa mais de dois milhões de médicos que trabalham para levar assistência médica de qualidade a todos os cantos de seus países.

O Pontífice recordou que a Igreja celebra, neste 2 de outubro, os Santos Anjos da Guarda e essa ocasião o ajudou a refletir sobre a relação médico-paciente, que se baseia no contato pessoal e no cuidado da saúde. Segundo o Santo Padre, pode-se dizer que os médicos são como anjos que cuidam e protegem os pacientes no caminho da vida.

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Na sequência, Leão XIV recordou algumas palavras de Santo Agostinho, “nas quais se refere a Cristo como médico e como remédio. ” Ele é médico porque é palavra, e remédio porque é palavra feita carne”. “Certamente, a ‘palavra’ e a ‘carne’ são fundamentais; o diálogo, a comunicação e o contato físico devem estar sempre presentes na relação terapêutica, para além dos instrumentos e ferramentas utilizados para tratar as enfermidades”, disse ainda.

“Médico dos pobres” como exemplo 

O Evangelho mostra que “Jesus curou vários doentes”, como o leproso, por exemplo. Jesus o tocou e imediatamente a lepra o deixou e ele ficou limpo. “Este não é um gesto mecânico; uma relação pessoal foi estabelecida entre o leproso e Jesus: aquele que não podia ser tocado encontra saúde e salvação numa carícia de Jesus”, sublinhou o Papa.

Da mesma forma, o Santo Padre afirmou que há muitos médicos que dedicaram suas vidas ao bem de seus pacientes. Ele recordou o Beato José Gregório Hernández, um dos médicos mais conhecidos da Venezuela no início do século XX. Leão XIV o considerou um bom exemplo para os médicos, pois o beato soube conciliar sua elevada competência médica com sua dedicação aos mais necessitados, o que lhe valeu o título de “médico dos pobres”.

Lugar da inteligência artificial na medicina

À luz destas reflexões, o Pontífice os convidou a aprofundar ainda mais a importância da relação médico-paciente. Ele enfatizou que a relação é entre duas pessoas, com os seus corpos e sua interioridade, com a sua história.

“Esta convicção nos ajuda também a esclarecer o lugar da inteligência artificial na medicina: ela pode e deve ser uma grande ajuda para melhorar o atendimento clínico, mas nunca poderá substituir o médico, porque vocês são, como dizia o Papa Bento XIV, «reservas de amor, que dão serenidade e esperança aos sofredores». Um algoritmo nunca pode substituir um gesto de proximidade ou uma palavra de conforto”, afirmou.

O Papa disse aos representantes da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe que eles têm grandes desafios pela frente, que devem ser enfrentados com esperança. Pediu a bênção do Senhor sobre eles e seus colegas e concluiu, reiterando a importância da relação, da possibilidade de vida e esperança que eles também oferecem a todos os seus pacientes, a todos os enfermos.

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