NO LÍBANO

Papa Leão XIV encontra jovens libaneses e fala sobre esperança e futuro

O Papa Leão XIV passou o dia no Líbano vivendo momentos marcantes de oração e diálogo. Desde a visita ao túmulo de São Charbel até os encontros com líderes religiosos e jovens, cada gesto do pontífice reforçou o apelo à paz e à convivência entre diferentes tradições num país que carrega a fé como força de esperança.

Reportagem de Danúbia Gleisser e Daniele Santos

O primeiro compromisso do Papa Leão XIV, no Líbano, foi a visita ao túmulo de São Charbel, no mosteiro São Maron, em Anaia. No trajeto, fiéis se aglomeraram para vê-lo passar de papamóvel. Ao chegar, o Papa foi recebido por autoridades religiosas e civis, fez uma oração silenciosa diante do túmulo e acendeu uma vela.

Depois saudou os presentes em francês. “Queremos confiar nas necessidades da Igreja do Líbano e do mundo inteiro a intercessão de São Charbel. Para a Igreja pedimos comunhão e unidade das famílias à Igreja Universal. 

O Papa visitou ainda o Museu do Mosteiro, que reúne artefatos e relíquias históricas. Em seguida, percorreu cerca de 42 km até o Santuário de Nossa Senhora do Líbano em Harissa, um dos centros marianos mais importantes do Oriente Médio. Cerca de 4000 pessoas o aguardavam. 

Após ouvir testemunhos, o papa fez seu discurso. “É com grande alegria que vos encontro nesta viagem cujo lema ‘felizes os pacificadores’. A Igreja no Líbano é um ícone desta esperança. Como dizia São João Paulo II, do Líbano de hoje, vós sois responsáveis pela esperança. E agradeceu pelos testemunhos de cada um.

À tarde, o Santo Padre teve um encontro privado com os patriarcas católicos na nunciatura apostólica e depois seguiu para o encontro ecumênico e interreligioso. Na entrada da tenda, o papa foi recebido pelo patriarca católico ciríaco, o patriarca maronita, a gran irmã sunita e o representante shiita.

No palco, uniu-se aos líderes religiosos, acompanhou mensagens em vídeo e, em seguida, discursou. “Durante muitos anos e especialmente em tempos mais recentes, os olhos do mundo têm se fixado no Médio Oriente, berço das religiões abraâmicas, observando a árdua jornada e a incessante busca pelo precioso dom da paz.

Às vezes, a humanidade olha para o Médio Oriente com um sentimento de apreensão e desalento diante de embates tão antigos e complexos. No entanto, continuou Leão, em meio a esses conflitos, é possível encontrar um sentimento de esperança e encorajamento quando nos concentramos no que nos une, a nossa comum humanidade e a nossa fé num Deus de amor e misericórdia”.

Para o Papa numa época em que a coexistência pode parecer um sonho distante, o povo do Líbano, embora professe diferentes religiões, é uma poderosa lembrança de que o medo, a desconfiança e o preconceito não tem a última palavra e que a unidade, a reconciliação e a paz são possíveis. 

Depois, uma oliveira foi plantada como símbolo de paz. Ao final do cântico, o Papa seguiu para o patriarcado Maronita de Antioquia, onde se encontrou com os jovens. Recebido pelo patriarca, percorreu de carro a praça lotada antes de subir ao palco. No discurso aos jovens, o Papa recordou que a história do Líbano tem páginas gloriosas, mas também feridas profundas. “Queridos jovens, talvez lamenteis ter herdado um mundo marcado por guerras e injustiças sociais, mas em vós há esperança, um dom que a nós adultos parece já desaparecer. Tendes tempo, tempo para sonhar, organizar e realizar o bem. Sois o presente. Nas vossas mãos está a construção do futuro”, concluiu o Santo Padre.

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