Refletindo sobre parábola dos operários da vinha (Mt 20,1-16), Pontífice destaca generosidade de Deus, que sempre sai ao encontro de quem O espera
Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV saúda fiéis durante giro do papamóvel na Praça São Pedro / Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane
Na Audiência Geral desta quarta-feira, 4, o Papa Leão XIV prosseguiu com o ciclo de catequeses sobre as parábolas do Evangelho, em consonância com o tema “Jesus, nossa esperança” – proposto pelo Papa Francisco por ocasião do Jubileu 2025.
O Pontífice refletiu sobre a parábola dos operários da vinha, que aguardavam que alguém os contratasse (Mt 20,1-16). No início de sua fala, apontou que a metáfora da praça do mercado é adequada aos dias atuais, pois se trata de um local de negócios, onde se compram e vendem também o afeto e a dignidade na tentativa de ganhar algo.
“Quando não nos sentimos apreciados, reconhecidos, corremos o risco de nos vendermos ao primeiro comprador”, sinalizou o Santo Padre. Contudo, “o Senhor recorda-nos, em vez disso, que a nossa vida tem valor, e o seu desejo é ajudar-nos a descobri-lo”.
“Deus quer dar a todos a vida plena”
Leão XIV concentrou-se então no proprietário da vinha, que sai a cada três horas para procurar por operários, mesmo no final do expediente, quando aparenta não haver mais necessidade. Para o Pontífice, essa atitude traz esperança, uma vez que mesmo quando parece que pouco se pode fazer na vida, ainda assim vale a pena. “Há sempre a possibilidade de encontrar um sentido, porque Deus ama a nossa vida”, enfatizou.
Além disso, outro gesto do proprietário da vinha se destaca. Ao final do dia, na hora do pagamento, ele reconhece a dignidade dos operários, entregando um denário para cada um, inclusive os que trabalharam menos. Segundo o Papa, esta ação representa como, para Deus, é justo que todos tenham o necessário para viver.
“Deus quer dar a todos o seu Reino, isto é, a vida plena, eterna e feliz. E assim Jesus faz conosco: não faz classificações; àqueles que lhe abrem o coração, entrega-se inteiramente”, declarou o Santo Padre.
“Não demorem, arregacem as mangas”
Por outro lado, esta parábola pode levar um cristão a se perguntar sobre o porquê de começar a trabalhar cedo se, ao final, a remuneração é a mesma. Em resposta a essa questão, Leão XIV exorta todos, mas especialmente os jovens:
“Não esperem, mas respondam com entusiasmo ao Senhor, que nos chama a trabalhar na sua vinha. Não demorem, arregacem as mangas, porque o Senhor é generoso e não ficarão desiludidos! Trabalhando na sua vinha, encontrarão a resposta para aquela pergunta profunda que trazem dentro de vocês: qual é o sentido da minha vida?”
Concluindo sua fala, o Papa animou os presentes a, mesmo nos momentos mais sombrios da vida, pedir a Deus que saia novamente ao encontro, onde quer que se esteja esperando por Ele. Afinal, o Senhor é generoso e virá em breve.
No vídeo acima a reportagem é de Danúbia Gleisser e Daniele Santos