Fraternidade Humana

Papa: em tempos de divisão, bondade e caridade valem mais que palavras

Em encontro com membros do Prêmio Zayed, Leão XIV alertou que ideias sem gestos concretos fazem murchar até os “sonhos mais preciosos”

Da Redação, com Vatican News

Papa olhando para cima com expressão serena

Papa Leão XIV /Foto: ALESSIA GIULIANIIPA/Sipa USA via Reuters

Em meio a um cenário global marcado por tensões, conflitos e polarizações, o Papa Leão XIV recorda que “as palavras não bastam”. Para que a fraternidade humana não permaneça apenas um ideal abstrato, são necessárias atitudes visíveis de bondade e misericórdia. “Em um tempo marcado por crescente conflito e divisão, precisamos de testemunhas autênticas de bondade humana e caridade, que nos recordem que todos somos irmãos e irmãs”, afirmou o Pontífice ao receber, nesta quinta-feira, 11, os integrantes da comissão do Prêmio Zayed para a Fraternidade Humana.

Chamados a promover a comunhão

O Santo Padre expressou sua alegria por estar ao lado de pessoas que colocam “seus talentos, sua visão e suas convicções morais” a serviço da convivência pacífica. Recordou que o Prêmio Zayed nasceu de um momento decisivo para o diálogo inter-religioso: a assinatura, em 2019, do Documento sobre a Fraternidade Humana pelo Papa Francisco e o Grão-Imame Ahmed Al-Tayeb, com o apoio do xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan.

O reconhecimento — destinado a indivíduos e instituições que realizam ações concretas de promoção da paz, da compaixão e da solidariedade — expressa, segundo Leão XIV, o legado do xeique Zayed bin Sultan Al Nahyan e o compromisso comum de que todo ser humano e toda tradição religiosa têm a responsabilidade de edificar a fraternidade. Relembrando as palavras de Francisco, o Papa citou que “as diversas tradições religiosas, nutrindo-se de suas próprias riquezas espirituais, podem dar uma grande contribuição ao serviço da fraternidade”.

Palavras não são suficientes

Para Leão XIV, o mundo atual necessita urgentemente de testemunhas credíveis, capazes de traduzir a fé e a esperança em gestos concretos. O Santo Padre insistiu que a caridade exige encarnação e presença: permanecer apenas “no mundo das ideias e das discussões”, sem atitudes pessoais e frequentes de cuidado, corre o risco de “arruinar nossos sonhos mais preciosos” — como escreveu em sua exortação Dilexi te.

O Pontífice destacou ainda que o Prêmio Zayed reconhece de modo singular aqueles que transformam a fraternidade em prática diária, oferecendo “exemplos tangíveis de como podemos promover a fraternidade humana hoje”. Para Leão XIV, tais testemunhos iluminam comunidades, nações e tradições religiosas, mostrando que a paz é sempre possível quando nasce das mãos e do coração.

Ao concluir o encontro, o Papa encorajou os membros da comissão a continuar seu trabalho: “incentivo vocês a perseverarem nesta missão nobre, confiante de que seus esforços continuarão a produzir frutos para o bem da grande família humana.”

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