O Papa Leão XIV discursou nessa quinta-feira, 16, em Roma durante a cerimônia do Dia Mundial da Alimentação, que neste ano coincidiu com os 80 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Em seu pronunciamento, o Papa alertou que “a fome não é o destino do homem, mas a sua ruína”.
Reportagem de Danúbia Gleisser
Imagens de Vatican News
Ao chegar na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO em Roma, o Papa Leão XIV foi recebido pelo diretor geral, Qu Dongyu. Após cumprimentar autoridades e posar para fotos, Leão foi recebido na assembleia composta de líderes políticos de várias partes do mundo.
Em seu discurso, o Papa agradeceu o convite e ressaltou que seus antecessores sempre mantiveram uma relação de estima e proximidade com a FAO. “O coração do Papa que não pertence a si mesmo, mas a Igreja e em certo sentido, a toda a humanidade mantém viva a confiança de que se vencermos a fome, a paz será o solo fértil, da qual nascerá o bem comum de todas as nações”.
Ele disse que alcançar a fome zero só será possível se houver uma vontade real e não apenas declarações solenes. Ressaltou que, apesar dos avanços tecnológicos, científicos e produtivos, mais de 670 milhões de pessoas no mundo dormem sem comer e outros 2 bilhões 300 milhões não têm condições de pagar por uma alimentação adequada.
Para Leão, numa época em que a ciência aumentou a expectativa de vida, a tecnologia aproximou os continentes e o conhecimento abriu muitos horizontes, permitir que seres humanos vivam e morram atingidos pela fome é um fracasso coletivo.
Ao citar o panorama do mundo atual, segundo ele tão doloroso e desolado pelos conflitos, tem-se a impressão de que nos tornamos testemunhas apáticas de uma violência dilacerante.
“O mundo não pode continuar testemunhando espetáculos tão macabros como os que se desenrolam em muitas regiões da Terra. Eles devem ser postos fim o mais rápido possível”, afirmou o Papa.
O Pontífice ressaltou que na luta contra a fome e na promoção do desenvolvimento integral, o papel das mulheres é indispensável, mesmo que nem sempre seja valorizado. “Em todos os cantos do mundo, as mulheres são as arquitetas silenciosas da sobrevivência, as guardiãs metódicas da criação”, completou ele.
Ao final disse que o pedido feito por Jesus aos seus discípulos perante uma multidão faminta continua sendo um desafio fundamental e urgente para a comunidade internacional. “Ao prosseguirem com seus esforços, vocês sempre poderão contar com a solidariedade, o compromisso da Santa Sé e das instituições da Igreja Católica, que estão prontas para ir ao encontro dos mais pobres e desfavorecidos em todo o mundo”, concluiu Leão.




