Desde 2020, a data é lembrada anualmente no Líbano; Leão XIV frisou: “a morte não tem e nunca terá a última palavra”
Da Redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Yara Nardi
Com lágrimas e oração, o Líbano recorda nesta segunda-feira, 4, a explosão no porto de Beirute. A tragédia, que deixou mais de 200 mortos e cerca de 6.500 feridos, completa cinco anos. Desde 2020, a data é lembrada anualmente. Ainda hoje, os familiares e amigos das vítimas da tragédia, uma das maiores não nucleares da história, esperam pelos resultados da investigação judicial para julgar os responsáveis. O desastre também fez com que 300 mil pessoas perdessem as suas casas.
Neste domingo, 3, foi realizada uma vigília em memória das vítimas da explosão. Durante o momento de oração, o Núncio Apostólico no país, Dom Paolo Borgia, leu uma mensagem enviada pelo Papa Leão XIV, assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin. No texto, o Pontífice assegurou “proximidade espiritual e comunhão em oração”. Ao refletir sobre o mistério da morte e do sofrimento, afirmou que “o Senhor nos oferece a luz da fé!”.
Esperança
Jesus chorou “e suas lágrimas se unem às nossas diante da perda e do sofrimento de nossos entes queridos. Assim, Cristo está próximo de cada um de vocês”, enfatizou o Papa em sua mensagem. Jesus também “rezou ao Pai, fonte da vida, e para nos dar um sinal, ordenou a Lázaro que saísse do túmulo. E foi isso que aconteceu. A esperança cristã encontra aqui a certeza de que Cristo é o Deus da vida e que a morte não tem e nunca terá a última palavra: Jesus é nosso Salvador”.
“Se diante do mistério da morte e do sofrimento permanecemos mergulhados na escuridão, o Senhor nos oferece a luz da fé! Essa é a nossa esperança diante da morte. E desde o nosso batismo, para aqueles que acreditam, uma porta se abriu para a casa do Pai, onde o próprio Deus nos espera”, frisou ainda o Santo Padre.
Através da mensagem, o Pontífice ainda convidou os fiéis libaneses e as famílias das vítimas “a olhar também para o céu, pois é lá que se encontra Deus, nosso Pai!”. Ao expressar o carinho do Pontífice e de toda a Igreja, Leão XIV também disse rezar “ao Pai misericordioso para que acolha, junto a Ele, em sua casa de descanso, luz e paz, todos aqueles que perderam a vida nesta explosão”, além de reiterar “compaixão a todos aqueles que têm o coração ferido e sofrem pela perda de seus entes queridos, bem como àqueles que foram feridos ou perderam tudo em consequência desta catástrofe”.
Leão XIV agradeceu bispos, padres e religiosos que estão próximos e apoiam o povo, “ajudando-o a manter o olhar voltado para o céu e a caminhar na terra com esperança, especialmente nas provações”.
Em busca de verdade e justiça
Além da vigília de oração, neste domingo, 3, também foi inaugurada a “Rua das Vítimas do 4 de agosto”, em memória aos afetados pela explosão de 2020. O Papa Francisco, em encontro emocionante em 26 de agosto do ano passado com vítimas da tragédia no Vaticano, disse rezar pelas famílias e se unir às suas lágrimas e também ao pedido “de verdade e justiça, que não chegou”.
Naquela audiência, o Papa argentino reconheceu que a questão é complicada e espinhosa, já que pesam sobre ela poderes e interesses conflituosos. “Mas a verdade e a justiça devem prevalecer sobre tudo”, “o povo libanês, e vocês por primeiro, têm direito a palavras e fatos que demonstrem responsabilidade e transparência”.