Francisco celebrou a Santa Missa neste domingo, 3, na Mongólia; ao fim da celebração, saudou os presentes e também os católicos da China
Da Redação, com Vatican News
Neste domingo, 3, o Papa Francisco celebrou a Santa Missa na Mongólia. A celebração aconteceu às 16h do horário local, na Steppe Arena, localizada em Ulaan Baatar, capital do país. Após a Missa, o Pontífice saudou os fiéis reunidos e rezou o Angelus.
Em sua homilia, o Santo Padre refletiu sobre o Salmo da liturgia deste 22º Domingo do Tempo Comum: “A minh’alma tem sede de vós como a terra sedenta, ó meu Deus!” (cf. Sl 62 (63), 2). Diante desta evocação, ele deu a boa notícia – “no nosso caminho, não estamos sozinhos; a nossa aridez não pode tornar estéril para sempre a nossa vida; o grito da nossa sede não passa despercebido. Deus Pai enviou seu Filho para nos dar a água viva do Espírito Santo a fim de saciar a sede da nossa alma”.
Sede de felicidade
Assim, o Papa deteve-se nestes dois aspectos, a sede que habita o ser humano e o amor que o dessedenta. Em relação ao primeiro ponto, ele trouxe a realidade da própria Mongólia, cujo território é caracterizado pela aridez da estepe e do deserto. Com efeito, Francisco chamou todos de “nômades de Deus”, indicando que os seres humanos são peregrinos à procura da felicidade, viandantes sedentos de amor.
“O deserto evocado pelo salmista refere-se à nossa vida: somos aquela terra árida que tem sede de água límpida, de água que mata a sede em profundidade; é o nosso coração que deseja descobrir o segredo da verdadeira alegria (…). Trazemos dentro de nós uma sede inextinguível de felicidade; (…) e sobretudo temos sede de amor, porque só o amor nos sacia verdadeiramente (…). Nesta sede, reside o nosso grande mistério: ela abre-nos ao Deus vivo, ao Deus Amor que vem ao nosso encontro para nos fazer filhos seus e irmãos e irmãs entre nós”, declarou o Pontífice.
Somente o Amor sacia
Neste contexto, o segundo aspecto surge para solucionar essa sede. O Santo Padre ressaltou que Deus enviou Seu próprio Filho, Jesus, para fazer-Se próximo a cada um, desejando partilhar a vida, as fadigas, os sonhos, a sede de felicidade. Deus cuida da humanidade, oferecendo água límpida e refrescante – a água viva do Espírito Santo.
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“O Senhor não vos deixa faltar a água da sua Palavra, especialmente através dos pregadores e missionários que, ungidos pelo Espírito Santo, a semeiam em toda a sua beleza. E a Palavra sempre, sempre nos remete para o essencial, para o essencial da fé: deixar-se amar por Deus para fazer da nossa vida uma oferta de amor. Porque só o amor sacia verdadeiramente a nossa sede”, afirmou Francisco.
Abraçar a cruz
Refletindo também o Evangelho (cf. Mt 16, 21-27), o Papa retomou o momento em que Pedro repreende Jesus após Ele dizer que seria entregue em sacrifício, para morrer e ressuscitar no terceiro dia. O Santo Padre alertou que, assim como Pedro, as pessoas muitas vezes acabam acreditando que o sucesso, o poder, as coisas materiais bastam para dessedentar a aridez da vida. Contudo, esta é uma mentalidade humana – não é assim que pensa Deus.
“O melhor caminho de todos é este: abraçar a cruz de Cristo. No coração do cristianismo, temos esta notícia impressionante, esta notícia extraordinária: quando perdes a tua vida, quando no serviço a ofereces generosamente, quando a pões em risco comprometendo-a no amor, quando fazes dela um dom gratuito para os outros, então a vida volta para ti em abundância, derrama dentro de ti uma alegria que não passa, uma paz do coração, uma força interior que te sustenta”, ensinou o Papa.
Concluindo sua homilia, ele reforçou que, para ser feliz, não serve ser grande, rico ou poderoso: só o amor dessedenta o coração, cura as feridas e traz a alegria. “Com a graça de Cristo e do Espírito Santo, poderemos caminhar pelo caminho do amor. Mesmo quando amar significa renunciar a si mesmo, lutar contra os egoísmos pessoais e mundanos, correr o risco de viver a fraternidade. Pois, se é verdade que tudo isto custa fadiga e sacrifício e por vezes significa ter de subir à cruz, é ainda mais verdade que, quando perdemos a nossa vida pelo Evangelho, o Senhor no-la dá em abundância, cheia de amor e alegria, por toda a eternidade”, finalizou o Pontífice.
Após a celebração
Ao final da Santa Missa, o Papa Francisco chamou, para perto de si, dois bispos presentes na celebração: o bispo emérito de Hong Kong, Cardeal John Tong Hon, e o atual bispo da região, Dom Stephen Chow Sau Yan, que receberá a púrpura cardinalícia no Consistório de 30 de setembro.
Por meio deles, o Santo Padre saudou os fiéis católicos da China. “Estes dois irmãos bispos, o emérito de Hong Kong e o atual bispo de Hong Kong: gostaria de aproveitar a sua presença para enviar uma calorosa saudação ao nobre povo chinês. Desejo a todo o povo o melhor, que siga em frente e progrida sempre. E peço aos católicos chineses que sejam bons cristãos e bons cidadãos”, acenou.
Por fim, o Pontífice saudou os presentes, dizendo que partiu “para esta peregrinação animado de grande esperança, no desejo de os encontrar e conhecer”. Ele agradeceu aos fiéis, por serem “bons critãos” (e os exortou a assim permanecerem), e dirigiu algumas palavras também aos bispos e religiosos, às autoridades, e aos irmãos de outras confissões cristãs e religiões. Após este evento, ele retornou à Prefeitura Apostólica, onde jantou particularmente, encerrando o dia de compromissos.