Após uma agenda cheia em território europeu, o Bispo de Roma se encontrou com a comunidade católica na Catedral de Notre-Dame, em Luxemburgo, nesta que é sua 46ª viagem internacional
Da redação
Logo pela manhã, o Papa Fransico realizou seu primeiro discurso dirigido ao povo luxemburguês. O Santo Padre esteve com o Grão-Duque Henrique e se encontrou com autoridades, membros da sociedade civil entre outros. Às 11h30 da manhã (horário de Brasília), o Sucessor de Pedro teve um encontro com a comunidade católica na Catedral de Notre-Dame, em Luxemburgo — localizada no centro da cidade, cuja porção mais antiga foi construída no século XVII como igreja do antigo colégio dos jesuítas.
“Devido à sua especial localização geográfica, na fronteira de diferentes áreas linguísticas e culturais, Luxemburgo encontrou-se, frequentemente, na encruzilhada dos mais importantes eventos históricos da Europa. Na primeira metade do século passado, por duas vezes, foi invadido e privado de liberdade e independência”, iniciou Francisco.
Na sequência, o Santo Padre enalteceu o caráter libertador e catártico da história de Luxemburgo, que culminou “na qual cada País, grande ou pequeno, desempenhasse o seu próprio papel, deixando definitivamente para trás divisões, contrastes e guerras causadas por nacionalismos exasperados e ideologias perniciosas”.
Alguns jovens se juntaram para realizar uma dança que teve como tema a Encíclica Laudato Si, que prendeu a atenção do Papa. Um dos jovens ainda falou a Francisco sobre a experiência adquirida quando esteve em Portugal para a Jornada Mundial da Juventude. “Somos filhos de um Deus amigo do homem, que nos quer feliz e unidos, e que se alegra com nossa salvação. Faz mal à Igreja aqueles cristãos tristes, esses não são cristãos. Tenham a alegria do Evangelho”, aconselhou.
O cardeal de Luxemburgo, Dom Jean-Claude Hollerich, falou a respeito da importância da evolução católica no país europeu. Classificou um fenômeno regional que denominou como “secularização da sociedade”. “Gostei desta expressão”, enalteceu o Papa. “A Igreja numa sociedade secularizada evolui, amadurece, cresce e não se fecha em si mesma, triste e resignada. Pelo contrário, aceita o desafio de avaliar algo novo para os caminhos da evangelização, passando de uma simples lógica de cura pastoral a um anúncio missionário. É preciso coragem”, ponderou.
Francisco recordou ainda um antigo costume luxemburguês, conhecido como a Procissão da Primavera. “Toda cidade se une nas ruas e praças para dançar com peregrinos e visitantes, e a procissão se transforma numa única grande dança. Recordamos que o Rei Davi dançava diante do Senhor e esta é uma expressão de fidelidade. Grandes e pequenos, todos dançam rumo à catedral. Este ano, dançaram até debaixo de chuva, segundo ouvi. Como é belo o caminhar juntos e nos descobrirmos como irmão em torno da mesa do Senhor. E mais uma palavra: não percam a capacidade de perdoar. Sabem por quê? Porque todos nós precisamos de perdão”, finalizou o Bispo de Roma.