“A autoridade é um serviço, e como tal deve ser exercida, para o bem de todos e para a difusão do Evangelho”, disse o Santo Padre
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus deste domingo, 4, memória de São Francisco de Assis, com os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro.
No Evangelho deste domingo, prevendo a sua paixão e morte, “Jesus conta a parábola dos vinhateiros homicidas, para admoestar os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo que estão prestes a tomar o caminho errado. Estes, de fato, têm más intenções em relação a ele e procuram formas de eliminá-lo”.
“A narração alegórica descreve um patrão que, depois de ter muito cuidado da sua vinha, tendo de partir a confia aos agricultores. Depois, no tempo da colheita, ele envia alguns servos para recolher os frutos; mas esses vinhateiros recebem os servos com bastões e alguns até os matam”, frisou o Papa. “O patrão envia outros servos, mais numerosos, mas eles recebem o mesmo tratamento. O ápice é atingido quando o patrão decide enviar o seu filho: os vinhateiros não o respeitam, pelo contrário, pensam que ao eliminá-lo poderão tomar conta da vinha, e por isso matam-no também”. Francisco acrescentou:
A imagem da vinha é clara: representa o povo que o Senhor escolheu e formou com tanto cuidado; os servos enviados pelo patrão são os profetas, enviados por Deus, enquanto o filho é a figura de Jesus. E tal como os profetas foram rejeitados, assim também Cristo foi rejeitado e morto.
No final da narração, Jesus pergunta aos chefes do povo: “Quando vier o dono da vinha, então, o que fará ele a estes agricultores? E eles, tomados pela lógica da narrativa, pronunciam eles mesmos a sua própria condenação: o patrão — dizem — castigará severamente os malvados e confiará a vinha “a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”.
Com esta parábola muito dura, Jesus coloca os seus interlocutores diante de suas responsabilidades, e o faz com extrema clareza. Mas não pensemos que esta admoestação vale apenas para aqueles que rejeitaram Jesus naquele momento. Vale para todos os tempos, também para o nosso. Ainda hoje Deus espera os frutos da sua vinha daqueles que enviou para trabalhar nela. Todos nós.
Segundo o Pontífice, “em cada época, aqueles que têm autoridade, qualquer autoridade, mesmo na Igreja, no povo de Deus podem ser tentados a fazer o seu interesse em vez daquele de Deus. E Jesus diz que a verdadeira autoridade é quando se faz o serviço, é servir, e não explorar os outros. A vinha é do Senhor, não nossa. A autoridade é um serviço, e como tal deve ser exercida, para o bem de todos e para a difusão do Evangelho. É feio ver quando as pessoas com autoridade na Igreja buscam seus próprios interesses”.
Francisco disse que São Paulo, na Segunda Leitura da liturgia deste domingo, “nos diz como ser bons trabalhadores na vinha do Senhor: o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honrado; o que é virtude e merece louvor, tudo isto seja objeto diário do nosso compromisso. Ele repete: o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honrado; o que é virtude e merece louvor, tudo isso deve ser objeto cotidiano do nosso compromisso”.
Esta é a atitude da autoridade e também de cada um de nós, porque cada um de nós, em nosso pequeno círculo, tem uma certa autoridade. Deste modo, nos tornaremos uma Igreja cada vez mais rica de frutos de santidade, daremos glória ao Pai que nos ama com infinita ternura, ao Filho que continua a nos dar a salvação, ao Espírito que nos abre o coração e nos impele para a plenitude do bem.
O Papa convidou os fiéis a se unirem espiritualmente aos fiéis reunidos no Santuário de Pompeia para a Súplica e a renovar o nosso compromisso de rezar o Terço neste mês de outubro.