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Vaticano dá detalhes das viagens do Papa à França e à Turquia

Porta-voz do Vaticano informou que viagem à Turquia terá o ecumenismo como caráter predominante

Da Redação, com Rádio Vaticano

Na próxima semana, o Papa Francisco realizará duas viagens internacionais. No dia 25 de novembro, visitará o Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, e de 28 a 30, realizará uma viagem apostólica à Turquia. As duas viagens foram apresentadas nesta segunda-feira, 17, pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, num encontro realizado com jornalistas.

São duas viagens com características diferentes, porém semelhantes na rápida preparação. A viagem a Estrasburgo, a quinta viagem internacional de Francisco, foi organizada logo após a renovação do Parlamento Europeu, e portanto, em coincidência com uma assembleia parlamentar.

A viagem à Turquia, sexta internacional do pontificado, realiza-se após as eleições e a formação do novo governo, mas, sobretudo, por ocasião da data de 30 de novembro, Festa de Santo André e grande festa do Patriarcado Ecumênico. O caráter predominante, segundo padre Lombardi, será ecumênico, ao ver Francisco dividir com o Patriarca Bartolomeu momentos importantes em Istambul, inclusive a assinatura de uma declaração conjunta.

A viagem a Estrasburgo será a mais breve viagem papal da história – 3 horas e 50 minutos -, e será caracterizada pela ausência de qualquer evento pastoral, litúrgico ou religioso. O Papa preferiu manter-se restrito à finalidade da viagem que será somente às instituições europeias, em um momento de reflexão sobre a situação atual do continente que sofreu grandes transformações desde a última viagem de um pontífice a Estrasburgo, realizada em 1988 por João Paulo II.

“O contexto de hoje é realmente muito novo e isto justifica efetivamente uma nova viagem do Papa que com esta viagem fala a toda Europa, não somente à União, mas à Europa inteira com todos os seus povos”.

Padre Lombardi comentou ainda as polêmicas em relação à possível confusão entre chefe religioso e chefe de Estado. Ele falou da presença da figura do Papa no mundo das organizações internacionais, o que não é visto como um chefe político de Estado, com poderes militares, econômicos e interesses políticos particulares.

“A presença do Papa no mundo das organizações internacionais é a de uma grande autoridade reconhecida, a nível internacional e mundial, por séculos, como uma grande autoridade de caráter religioso e moral de uma comunidade muito numerosa, como o é a Igreja Católica, e também as instituições, os próprios Estados desejam, na sua grande maioria, ter relações com esta autoridade, ter também representantes junto a esta autoridade. Isto quer dizer que também as autoridades políticas no mundo reconhecem a importância da mensagem daquilo que o Papa representa e diz sobre os grandes problemas, os grandes valores da humanidade: a paz, a justiça, o bem-estar, a convivência entre os povos”.

A viagem à Turquia representa uma continuidade na tradição das visitas papais ao país e ao Patriarca de Constantinopla. Assim o fizeram, precedentemente, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, com diferentes motivações.

“Existe, naturalmente, a atenção pelo país hóspede, portanto, pela Turquia, que se encontra no Oriente Médio; existe o diálogo inter-religioso, pois a Turquia é um país de imensa maioria muçulmana; existe uma pequena comunidade católica que, como sempre quando o Papa viaja ao exterior, é levada em consideração para ser encorajada e visitada; e existe, como bem sabemos, a sede do Patriarcado Ecumênico com o Patriarca Bartolomeu, com quem se desenvolveu um diálogo de amizade fraterna há muito tempo”.

Uma das perguntas recorrentes sobre esta viagem foi sobre a eventualidade de um encontro do Papa com os refugiados dos conflitos em andamento na Síria e no Iraque e acolhidos na Turquia.

“Nos encontros de Istambul com os jovens e na catedral, certamente estarão pessoas que não são somente locais, mas que chegarão também, por vários motivos, de diversas outras partes. Portanto, seriam ocasiões em que certamente teremos presenças ou representantes que vão um pouco neste sentido”.

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