Audiência

“Trabalhem pela paz", pede Papa aos agentes de segurança do Vaticano

Em seu discurso, Francisco frisou que gestos de bondade e de acolhida são formas concretas para construir a paz

Da redação, com Vatican News

Foto: Andreas Solaro/Pool via REUTERS

O Papa Francisco recebeu, nesta quinta-feira, 12, na Sala Clementina, os funcionários do Inspetorado de Segurança Pública do Vaticano, uma pequena representação de 100 mil policiais em serviço em toda a Itália. Já é tradição de início de ano o Pontífice encontrá-los em audiência. Depois de manifestar seu afeto, respeito e renovar o reconhecimento pelo “louvável serviço” que os agentes e dirigentes prestam diariamente à Santa Sé e à Cidade do Vaticano, o Papa agradeceu também aos Capelães, “que acompanham espiritualmente o caminho diário de todos vocês”.

Em seguida, o Santo Padre recordou a importância da presença dos policiais na Praça de São Pedro e na área adjacente ao Vaticano para a proteção da ordem pública. Principalmente, disse Francisco, na organização dos grandes encontros com fiéis e peregrinos, “que vêm de todo o mundo para encontrar o Papa e visitar o túmulo do Apóstolo Pedro e rezar naqueles de seus sucessores, a maioria dos quais estão na Basílica do Vaticano”. 

Empenho

O Pontífice também não esqueceu do “generoso empenho” dos policiais por ocasião de seus deslocamentos na cidade de Roma e de suas visitas pastorais na Itália: “Por tudo isso, reitero sinceramente a minha estima e o meu apreço pela disponibilidade e pelo serviço atencioso e qualificado. E vou confiar uma coisa a vocês: eu sinto vergonha de incomodar vocês tanto… gostaria de ir sozinho: nada, mas sinto vergonha… mas obrigado, tem que ser feito. Este serviço, como cumprimento dos deveres de vocês como funcionários do Estado italiano, manifesta também as boas relações que existem entre a Itália e a Santa Sé”.

O Papa desejou que o trabalho dos agentes de segurança, que muitas vezes é realizado com renúncias e riscos, seja sempre animado pelo desejo de ajudar os outros e a comunidade.

Testemunhar o amor de Deus

Ao recordar das recentes festividades de Natal e Epifania, Francisco desejou também que se mantenha sempre vivo o sentido cristão de fraternidade e solidariedade. Convidando todos a “redescobrir a beleza e o poder sempre novo do Evangelho, e a torná-lo forte em suas consciências e em suas vidas, testemunhando corajosamente o amor de Deus em cada ambiente, inclusive no local de trabalho”.

E como já recomendou em tantas ocasiões aos fiéis, também assim o fez aos policiais italianos: “Para entender o Evangelho, é preciso lê-lo. Eu me permito de dar a vocês um conselho: tenham um pequeno Evangelho, pequenino e de bolso. Carreguem-no no bolso, carreguem-no na bolsa e aí, quando estiverem aqui, ali, tiverem algum tempo, leiam um pouquinho. Mas todos os dias ter algum contato com o Evangelho. Se alguém o tem consigo, é mais fácil pegá-lo… e isso semeia a alma de coisas boas e lentamente… mas enche a alma com as palavras de Jesus. Esse é um conselho, vocês verão”.

Sinal de proximidade

Citando sua recente Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Pontífice disse que, mesmo quando os acontecimentos de nossa existência e história são infelizmente repletos de dificuldades e às vezes dramáticos, “somos chamados a manter nosso coração aberto à esperança, confiando em Deus que se faz presente, nos acompanha com ternura, nos sustenta em nosso cansaço e, acima de tudo, dirige nosso caminho”. 

Francisco recordou aos policiais que o serviço deles também pode ser “um sinal da proximidade de Deus com os irmãos e irmãs que encontram todos os dias e que esperam de vocês um gesto de bondade e de acolhida”. Concluindo que “esta é uma forma concreta de ser construtores de paz, ‘artesãos’ de paz. Este receber as pessoas, escutar as pessoas, ajudar as pessoas, com gentileza.

“E hoje há muita necessidade de pessoas que trabalhem pela paz, não com palavras bonitas, mas com ações, cumprindo com zelo seu dever a serviço do bem comum!”

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