Missa na Santa Marta

Ter "faro" para não cair na rede da corrupção, pede Papa

Na Missa de hoje, Santo Padre indicou três atitudes para seguir adiante sem cair na rede da corrupção

Da Redação, com Rádio Vaticano 

Papa durante Missa na capela da Casa Santa Marta / Foto: Arquivo – Rádio Vaticano

Na homilia desta sexta-feira, 10, o Papa Francisco indicou a necessidade de “faro” para não cair nas redes da corrupção. A inspiração veio do Evangelho do dia, que mostra a figura do administrador que desperdiça os bens do patrão e que, quando descoberto, ao invés de encontrar um trabalho honesto, continua a roubar com a cumplicidade de outros.

Francisco definiu a atitude como “uma verdadeira ‘rede’ de corrupção”, relacionando o episódio com os dias de hoje. “São poderosos eles, hein? Quando fazem ‘redes de corrupção’ são potentes. Chegam a cometer atitudes mafiosas. Esta é a história, não é uma fábula, não é um caso que devemos procurar nos livros de história antiga. Nós a vemos todos os dias nos jornais, todos os dias. Isto acontece também hoje, sobretudo com aqueles que têm a responsabilidade de administrar os bens do povo, não os bens próprios. Com os próprios bens ninguém é corrupto, porque os defende”.

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Assim, a consequência que Jesus tira deste Evangelho, observou o Papa, é justamente a maior astúcia dos “filhos deste mundo” em relação aos “filhos da luz”: a sua corrupção maior, a esperteza levada adiante “também com cortesia”, com “luvas de seda”. Francisco questionou se existe a “esperteza cristã”.

“Mas se estes são mais astutos do que os cristãos – mas não vou dizer cristãos, porque também muitos corruptos se dizem cristãos – se eles são mais astutos do que os fiéis a Jesus, eu me pergunto: existe uma astúcia cristã? Há uma atitude para aqueles que querem seguir Jesus, de modo que não acabem mal, que não acabem sendo comidos vivos – como minha mãe dizia: “Comidos crus” – pelos outros? Qual é a astúcia cristã, uma astúcia que não seja pecado, mas que sirva para me levar ao serviço do Senhor e também para ajudar os outros? Existe uma esperteza cristã?”

Sim, há uma “intuição cristã para ir avante sem cair na rede da corrupção” e no Evangelho, explica o Papa, Jesus o indica com algumas contraposições, quando fala, por exemplo, dos cristãos que são como “ovelhas entre lobos” ou “prudentes como as serpentes e simples como a pomba”. Então, o que fazer?

Francisco indica três atitudes: a primeira é uma “saudável desconfiança”, estar atentos, isto é, a quem “promete muito” e “fala demais” como “aqueles que dizem a você, “ faça o investimento no meu banco, eu lhe darei juros em dobro”. A segunda atitude é a reflexão, diante das seduções do diabo que conhece as fraquezas; e, finalmente, a oração.

“Rezemos hoje ao Senhor para que nos dê essa graça de sermos espertos, cristãos espertos, de termos esta esperteza cristã. Se há uma coisa que o cristão não pode se dar ao luxo de ser é ser ingênuo. Como cristãos, temos um tesouro dentro: o tesouro que é o Espírito Santo. Devemos preservá-lo. E um ingênuo se deixa roubar o Espírito. Um cristão não pode se permitir de ser um ingênuo. Peçamos essa graça da esperteza cristã e da intuição cristã. É também uma boa oportunidade para rezar pelos corruptos. Fala-se de poluição atmosférica, mas também há uma poluição da corrupção na sociedade. Rezemos pelos corruptos: pobrezinhos, que encontrem o caminho para sair daquela prisão na qual eles quiseram entrar!”.

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