Papa ressaltou que Jesus se identifica tanto com o rei-pastor quanto com as ovelhas perdidas
Da redação, com Vatican News
Hoje, celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, com a qual se encerra o ano litúrgico, a grande parábola em que se desdobra o mistério de Cristo. Ele é o Alfa e o Ômega, o início e a realização da história; e a liturgia de hoje se concentra sobre o “ômega”, ou seja, na meta final.
Essas são as palavras iniciais do Papa Francisco no Angelus deste domingo, 22, Solenidade de Cristo Rei.
Segundo o Papa, “o significado da história pode ser compreendido mantendo diante dos nossos olhos o seu ponto culminante: o fim é também a meta. E é isso que Mateus faz no Evangelho deste domingo, colocando o discurso de Jesus sobre o juízo universal no epílogo da sua vida terrena: Ele, que os homens estão prestes a condenar, é, de fato, o juiz supremo. Na sua morte e ressurreição, Jesus se mostrará o Senhor da história, o Rei do universo, o Juiz de todos. No entanto, o paradoxo cristão é que o Juiz não é um temível rei, mas um pastor cheio de mansidão e misericórdia”.
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Nesta parábola do juízo final, Jesus usa a imagem do pastor, recordando as profecias de Ezequiel, que falou da intervenção de Deus em favor do povo, contra os pastores maus de Israel. Estes tinham sido cruéis e exploradores, preferindo pastorear a si próprios em vez de pastorear o rebanho. Por isso, o próprio Deus promete cuidar pessoalmente do seu rebanho, defendendo-o das injustiças e dos abusos. Essa promessa de Deus ao seu povo foi plenamente cumprida em Jesus Cristo, que diz de si mesmo: “Eu sou o bom pastor”.
No Evangelho de hoje, Jesus se identifica não só com o rei-pastor, mas também com as ovelhas perdidas, ou seja, com os irmãos pequeninos e necessitados. E assim ele indica o critério do julgamento: será com base no amor concreto dado ou negado a estas pessoas, porque Ele mesmo, o juiz, está presente em cada uma delas. “Em verdade eu lhes digo: tudo o que vocês fizeram ou não fizeram a um desses meus irmãos pequeninos, foi a mim que fizeram ou não fizeram.” Seremos julgados com base no amor. Não sobre os sentimentos, não: sobre as obras, sobre a compaixão que se torna proximidade e ajuda atenciosa.
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“O Senhor, no final do mundo, irá avaliar o seu rebanho, e o fará não só do lado do pastor, mas também do lado das ovelhas, com as quais Ele se identificou. Ele nos perguntará:
Você foi um pouco pastor como eu? Esta é a pergunta que o Evangelho já hoje coloca nos nossos corações, como critério de julgamento. “Aquela vez que eu estava em dificuldade, foi capaz de perder um pouco de tempo para cuidar de mim? Conseguiu, com a minha graça, sair um pouco de si mesmo para perceber que eu estava em dificuldade? O seu coração se suavizou perante as minhas feridas, a minha solidão, o meu desconforto”? Assim, o Rei do Universo irá nos avaliar, ele que se fez cordeiro para nos salvar.
Francisco concluiu, pedindo “à Virgem Maria que nos ensine a reinar no servir. Nossa Senhora, elevada ao Céu, recebeu do seu Filho a coroa da realeza, porque o seguiu fielmente no caminho do Amor. Aprendamos com ela a entrar desde agora no Reino de Deus, através da porta do serviço humilde e generoso”.