Papa Francisco centrou sua mensagem na parábola do administrador
Da redação, com Vatican News
“Obter gratidão com a corrupção, infelizmente é habitual hoje em dia”. Foi o que disse o Papa no Angelus desse domingo, 22. O Pontífice partiu da parábola do Evangelho desse domingo que, como explica, “tem como protagonista um administrador inteligente e desonesto que, acusado de ter esbanjado os bens do patrão, está prestes a ser despedido. Nessa situação difícil, ele não recrimina, não procura justificação nem se deixa desencorajar, mas encontra uma saída para ter a certeza de um futuro tranquilo.
“A ‘riqueza desonesta’ é o dinheiro – também chamado ‘esterco do diabo’ – e, em geral, os bens materiais. A riqueza pode levá-lo a erguer muros, criar divisões e discriminação” disse o Papa Francisco.
“Jesus, pelo contrário – disse Bergoglio –, convida seus discípulos a inverter a direção: “Faça amigos com a riqueza’. É um convite a saber transformar bens e riquezas em relações, porque as pessoas valem mais do que as coisas e contam mais do que a riqueza possuída”.
De fato, na vida – enfatizou o Papa –, dá frutos não quem têm muitas riquezas, mas quem cria e mantêm vivos tantos laços, tantas relações, tantas amizades por meio das diferentes “riquezas”, isto é, os diferentes dons que Deus lhe deu. Jesus, no entanto, indica também a finalidade última da sua exortação:
“Façam amigos com a riqueza, para que esses o recebam nas moradas eternas. A acolher no Paraíso, se formos capazes de transformar as riquezas em instrumentos de fraternidade e de solidariedade, não estará apenas Deus, mas também aqueles com quem partilhamos, administrando bem o que o Senhor colocou nas nossas mãos”.
O Pontífice explica a moral da página do Evangelho do dia: “Irmãos e irmãs, essa página faz ressoar em nós a pergunta do administrador desonesto, expulso pelo seu patrão: “O que vou fazer agora?”. Diante de nossos fracassos e falências, Jesus nos assegura que estamos sempre em tempo para curar com o bem o mal feito.
“Quem provocou lágrimas, faça alguém feliz; quem tirou indevidamente, doe a quem tem necessidade. Fazendo assim, seremos louvados pelo Senhor ‘porque agimos com astúcia’, ou seja, com a sabedoria de quem se reconhece como filho de Deus e se põe em jogo pelo Reino dos céus”.
Precisamos “ser astutos para garantir não o sucesso mundano, mas a vida eterna – concluiu –, de modo que, no momento do juízo final, as pessoas necessitadas que ajudamos possam testemunhar que nelas vimos e servimos o Senhor”.