Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 18, no Vaticano, membros do Pontifício Colégio Belga
Da redação, com Vatican News
Na véspera da Solenidade de São José, o Papa Francisco recebeu membros do Pontifício Colégio Belga no Vaticano. A audiência ocorreu nesta quinta-feira, 18, por ocasião dos 175 anos de fundação da instituição. São João Paulo II foi um dos alunos do colégio.
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Além da Igreja estar vivendo o ano dedicado a São José, o Pontífice recordou que o santo também é patrono do Colégio Belga. “Podemos olhar para ele, como ministros de Cristo, para extrair algumas ideias sobre a identidade do pastor e ao modo de exercer a paternidade para com aqueles que nos são confiados”, comentou o Santo Padre.
Carta Apostólica Patris corde
Em discurso aos presentes, Francisco relembrou que a paternidade é o tema principal da Carta Apostólica Patris corde. “Escrevi para celebrar os 150 anos do aniversário da proclamação de São José como Padroeiro universal da Igreja”, destacou.
Paternidade baseada na fé
Em primeiro lugar, o Papa ressalta que “São José é um pai acolhedor”. Segundo o Pontífice, depois de deixar de lado seus planos pessoais, São José amou e acolheu Maria e Jesus.
“Uma esposa e um filho diferentes da visão da vida familiar que ele poderia desejar. José não procurou explicações para a realidade surpreendente e misteriosa que enfrentou, mas a acolheu com fé, amando-a como era”, sublinhou o Santo Padre.
São José é mestre da vida espiritual
Neste sentido, Francisco apontou São José como um mestre da vida espiritual e do discernimento. “Podemos invocá-lo para nos libertar dos laços de muitas reflexões em que às vezes acabamos nos perdendo, mesmo com a melhor das intenções”.
Como exemplo, o Papa citou um sacerdote que chega a uma nova paróquia. “Essa comunidade já existia antes dele. Tem sua própria história, feita de alegrias e feridas, riquezas e pequenas misérias. Situações que não podem ser ignoradas em nome de ideias e planos pastorais pessoais que não veem a hora de serem aplicados”.
“Este é um risco no qual podemos cair. O novo pároco deve primeiro amar a comunidade, gratuitamente. Lentamente, amando-a, irá conhecê-la profundamente e poderá colocá-la em novos caminhos”, sublinhou.
Ser um guardião atento e pronto a mudar
São José é um pai que protege, frisou o Pontífice. Desse modo, o Santo Padre observou que ser custódio é uma parte essencial de sua vocação e missão. Proteger, para José, como para todo sacerdote que se inspira nele, significa amar ternamente todos.
Para Francisco ser um guardião é uma atitude interior que leva a nunca perder de vista os outros. Desta forma é possível avaliar quando se retirar e quando se aproximar, mantendo sempre um coração vigilante, atento e orante.
Atitude de pastor
Esta “é a atitude do pastor, que nunca abandona seu rebanho”, de acordo com o Pontífice. Um sacerdote “é chamado a ser um guardião atento e pronto a mudar, de acordo com o que a situação exige”.
O presbítero não deve ser “monolítico”, rígido e engessado numa forma de exercer o ministério. É preciso captar as mudanças e necessidades da comunidade. Quando um pastor ama e conhece o seu rebanho, o Papa afirma que ele sabe fazer-se servo de todos e faz de tudo para todos.
Aprender a arte da paternidade
“São José é um pai que sonha. Não um ‘sonhador’ no sentido de alguém com a cabeça nas nuvens, desligado da realidade, não, mas um homem que sabe olhar além do que vê. Com um olhar profético, capaz de reconhecer o plano de Deus onde outros não veem nada, e assim ter um objetivo claro para o qual lutar”, frisa o Santo Padre.
O Papa conclui o texto, convidando os sacerdotes, neste ano dedicado a São José, “a redescobrirem de maneira especial na oração a figura e a missão de São José. Um homem e santo dócil à vontade de Deus, humilde autor de grandes obras, servo obediente e criativo”.
“Fará bem a vocês se colocar e colocar suas vocações sob seu manto. Aprender dele a arte da paternidade, que em breve vocês serão chamados a exercer nas comunidades e nas áreas e serviços ministeriais que lhes serão confiados”.