SANTOS E BEATOS

'Santos Boaventura e Tomás são fontes de inspiração', afirma Francisco

No 750º aniversário da morte de São Boaventura de Bagnoregio e São Tomás de Aquino, o Papa Francisco disse que os dois “Santos Mestres” inspiraram e enriqueceram muito a Igreja

Da redação, com Vatican News

São Tomás de Aquino / Foto: Reprodução CNBB

‘Os Santos Boaventura de Bagnoregio e Tomás de Aquino representam fontes de luz e inspiração para a Igreja e para a cultura.’ O Sucessor de Pedro fez esta observação em uma mensagem que enviou à exposição da Biblioteca Apostólica do Vaticano ‘O Livro e o Espírito’, dedicada aos dois Doutores da Igreja no 750º aniversário de sua morte.

Os vínculos da Biblioteca com os dois Santos

Uma exposição que pretende celebrar os 750 anos da morte de São Boaventura de Bagnoregio e de Santo Tomás de Aquino, com a mostra de códigos e testemunhos documentais. Um ato devido à Biblioteca Apostólica Vaticana que conserva entre os seus tesouros, como recorda o Papa em sua mensagem, “autógrafos, códigos de obras e documentos relativos à vida e à atividade” do Seráfico e do Angélico. ”A ligação entre a Biblioteca do Papa e os dois santos”, sublinha Francisco, remonta a Sisto V, que em 1475 “inaugurou as primeiras salas da Biblioteca Vaticana”. Os dois são, não por acaso, retratados juntos por Ghirlandaio, na decoração da Biblioteca Latina, entre os grandes autores antigos e cristãos.

Preciosos companheiros dos peregrinos no caminho rumo a Cristo

Pouco mais de um século depois, o Papa Sisto V, num documento posteriormente retomado pelo Papa Leão XIII, associou-os à imagem bíblica das “duas oliveiras e dos dois castiçais que estão diante do Senhor da terra.” Por isso, o Papa Francisco os define como “luminares” para uma abordagem ao conhecimento, “na disposição de não guardar para si os frutos da especulação, mas de partilhá-los com generoso impulso pastoral e missionário”. E fala dela como “uma ‘companhia’ preciosa para cada peregrino no caminho para Cristo”: O caminho que traçam é descrito por Santo Tomás como o “caminho” da inteligência iluminada pela fé, e por São Boaventura como o “itinerário” da mente, que da contemplação da criação se eleva para Deus. A referência é ao olhar “trinitário” que o Seráfico propõe sobre as criaturas e as suas relações, de que fala o Papa na Encíclica Laudato si’, e à integração entre a “santidade da inteligência” e a “inteligência da santidade”, “que se manifesta no exemplo da sua vida”.

Um dia de estudo sobre os dois Doutores

Francisco recorda que este é “o elemento unificador que emerge da mostra”, que inclui também um dia de estudo sobre os dois Doutores, para a qual estão convidadas todas as Universidades e Faculdades Pontifícias Romanas. E elogia a colaboração internacional que se desenvolveu em torno do projeto, com o envolvimento da Embaixada da França junto à Santa Sé, do Centro São Luís em Roma, da Comissão Leonina, das Universidades Pontifícias Angelicum, Antonianum e Gregoriana, e da Universidade de Paris I Sorbonne, onde Santo Tomás e São Boaventura se formaram como Mestres em Teologia.

As palavras de São Paulo VI e Bento XVI

O Pontífice cita então os seus antecessores São Paulo VI, que por ocasião de uma exposição semelhante realizada em 1974, por ocasião do sétimo centenário da morte dos dois grandes Santos, definiu o Angélico como “Luminar da Igreja e do mundo inteiro”; e o Papa Bento XVI, estudioso do pensamento e da obra do Seráfico, numa catequese de 2010, recordou o seu elogio, redigido por um notário pontifício anônimo, como “um homem bom, afável, piedoso e misericordioso, cheio de virtude, amado por Deus e pelos homens.”

A presente exposição, seguindo este exemplo, pretende contribuir para encontrar hoje linguagens e instrumentos adequados, para que o pensamento dos dois “gigantes” da doutrina católica possa continuar a difundir-se, chegando a todos.

A felicidade eterna é fruto da sabedoria, da ciência e da caridade

Verdadeiramente os dois santos mestres, conclui o Papa Francisco, olhando para as suas duas imagens na Biblioteca Latina, “nos ensinam a olhar para a felicidade eterna como fruto supremo da sabedoria, da ciência e da caridade, encorajando-nos a tornar-nos peregrinos na fé”, para que, como escrito na Bula que anuncia o Jubileu de 2025, “o testemunho dos fiéis possa ser fermento de esperança genuína no mundo”, uma chama que ilumina, traçando um caminho.

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