Corpus Christi nos convida a renovar a surpresa e a alegria pelo maravilhoso dom do Senhor que é a Eucaristia
Da redação, com Vatican News
Ao meio-dia deste primeiro domingo de verão na Itália, milhares de pessoas foram à Praça São Pedro para ver o Papa e ouvir suas palavras. Na Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, o Santo Padre fez uma breve reflexão sobre a origem desta festividade, narrada nos quatro evangelhos canônicos.
Jesus estava curando doentes no lago da Galileia. Quando caiu a noite, os discípulos disseram que o lugar era deserto e que estava na hora de se despedir da multidão, para que fossem aos povoados e lugares vizinhos procurar hospedagem e comida. O mestre surpreende e diz: “Não precisam ir; deem-lhes de comer”. Os discípulos retrucaram: “Só temos cinco pães e dois peixes” e Jesus pediu que lhe levassem o que havia.
“Jesus convida seus discípulos a fazer uma verdadeira conversão, passando da lógica do cada um por si para a da partilha, a partir do pouco que a Providência nos põe à disposição. E imediatamente mostra que tem uma ideia clara do que quer fazer.”
Ordena aos discípulos que se sentem em círculos de cinquenta; toma nas mãos os cinco pães e dois peixes e olhando para o céu, agradece e reparte os pães e os peixes, entregando-os aos discípulos, para que os distribuíssem ao povo. Todos puderam comer e se satisfizeram.
Sacramento oferecido pela salvação
Este milagre mostra o poder do Messias e, ao mesmo tempo, a sua compaixão pelo povo. Esse gesto prodigioso não só permanece como um dos grandes sinais da vida pública de Jesus, mas antecipa o que será então, no final, a memória do seu sacrifício, isto é, a Eucaristia, sacramento do seu Corpo e Sangue oferecidos para a salvação do mundo.
Eucaristia, memória perpétua da Páscoa
Francisco explicou aos fiéis que “a Eucaristia é a síntese de toda a existência de Jesus, que foi um único ato de amor ao Pai e aos irmãos. Também ali, como no milagre da multiplicação dos pães, Jesus tomou o pão nas mãos, elevou ao Pai a oração da bênção, partiu o pão e deu-o aos discípulos; e fez o mesmo com o cálice do vinho. Mas naquele momento, na véspera da sua Paixão, quis deixar naquele gesto o Testamento da nova e eterna Aliança, memória perpétua da sua Páscoa de morte e ressurreição.
Terminando, o Papa pediu que acolhamos a Eucaristia com gratidão, não de modo passivo e habitual, mas renovando verdadeiramente o nosso “amém” ao Corpo de Cristo, para que o dinamismo do seu amor transforme a nossa vida em oferta pura e santa a Deus e para o bem de todos aqueles que encontramos no nosso caminho.
E antes de se despedir, lembrou que como em muitos lugares, também aqui em Roma se realizam procissões no dia de Corpus Christi, e ele mesmo irá ao bairro romano de Casal Bertone celebrar a Missa e fazer a procissão.
Após conceder a bênção, Francisco falou sobre a beatificação de um grupo de religiosas mártires da Ordem Franciscana da Imaculada Conceição, na guerra civil espanhola:
“Seu martírio é um convite a todos nós para sermos fortes e perseverantes, especialmente na hora da provação.”
E ainda saudou os peregrinos do Brasil, desejando a todos um feliz domingo e um bom almoço, e como é tradição, pedindo orações para si.