Francisco recebeu participantes da Conferência mundial sobre xenofobia, racismo e nacionalismo populista no contexto das migrações mundiais
Da redação, com VaticanNews
O Papa Francisco recebeu nesta quinta-feira, 20, no Vaticano os participantes da Conferência mundial sobre o tema “xenofobia, racismo e nacionalismo populista no contexto das migrações mundiais”.
Trata-se de um evento ecumênico que termina hoje em Roma e que foi organizado pelo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e o Conselho Mundial de Igrejas.
Interesses míopes
O Pontífice constata a manifestação de sentimentos que pareciam superados, como o medo, o desprezo e até mesmo o ódio contra indivíduos ou grupos considerados diferentes em virtude de sua pertença étnica, nacional ou religiosa. Sentimentos que se manifestam em atos de intolerância, discriminação e exclusão. Infelizmente, afirmou o Papa, algumas vertentes políticas cedem à tentação de instrumentalizar esses sentimentos para “míopes interesses eleitorais”.
Todavia, a gravidade desses fenômenos não pode cair na indiferença. Francisco pede um empenho especial às famílias, aos formadores e educadores e aos agentes da comunicação. A quem tira vantagem econômica deste clima de desconfiança, explorando as vítimas em novas formas de escravidão, o Pontífice pede um “profundo exame de consciência”.
Não só tolerar, mas amar
Já os cristãos têm uma responsabilidade a mais em combater as novas formas de xenofobia e racismo, em razão de sua própria natureza.
O outro, de fato, não é somente um ser a respeitar em virtude de sua intrínseca dignidade, mas sobretudo um irmão ou uma irmã a amar. Em Cristo, a tolerância se transforma em amor fraterno, em ternura, em solidariedade operativa.
“Ser cristãos é um chamado a ir contracorrente, a reconhecer, acolher e servir o próprio Cristo descartado nos irmãos”, enfatizou o Papa.
Francisco conclui fazendo votos de que deste Congresso mundial possam surgir outras iniciativas de colaboração, para que “possamos construir juntos sociedades mais justas e solidárias”.