No Ângelus deste domingo, Papa Francisco falou sobre a vida eterna e sobre a pertença a Deus
Denise Claro
Da redação
Neste domingo, 10, o Papa Francisco rezou, na Praça de São Pedro, com os fiéis, a oração do Ângelus, como de costume.
O Pontífice saudou os presentes, e falou sobre o Evangelho do dia, que oferece uma reflexão sobre a ressurreição dos mortos. Jesus é interpelado pelos saduceus, que não acreditavam na ressurreição: “De quem será esposa, uma mulher que teve sete maridos sucessivos, todos irmãos entre si, os quais, um após o outro, morreram?”, perguntaram.
Papa Francisco lembrou que Jesus não caiu na armadilha, mas replicou que, na vida futura, ninguém se casa nem se dá em casamento. Com essa resposta, Jesus convidou a seus interlocutores a pensar que a dimensão terrena não é a única dimensão, mas existe outra, não mais sujeita à morte, em que se manifestará plenamente a filiação a Deus.
“É de grande consolação e esperança ouvir essa palavra simples e clara de Jesus, sobre a vida além da morte. É disso de que precisamos, sobretudo no nosso tempo, tão rico de conhecimento sobre o universo, mas tão pobre de sabedoria sobre a vida eterna. Esta límpida certeza de Jesus sobre a ressurreição se baseia inteiramente na fidelidade de Deus, que é o Deus da vida.”
Francisco frisou que por trás da interrogação dos saduceus se esconde outra, ainda mais profunda: não só de quem será esposa a mulher viúva de sete maridos, mas de quem será a sua vida.
“Trata-se de uma dúvida que diz respeito ao homem de todos os tempos, e também nós, depois dessa peregrinação terrena. O que será da nossa vida? Pertencerá ao nada? À morte? Jesus responde que a vida pertence a Deus, o qual nos ama e se preocupa muito por nós, ao ponto de unir o seu nome ao nosso. Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para Ele.”
O pontífice afirmou que a vida existe onde há relação, comunhão, fraternidade, e é uma vida mais forte do que a morte, quando é construída sobre relações verdadeiras e laços de fidelidade.
“Do contrário, não há vida quando se tem a pretensão de pertencer-se somente a si mesmo, e viver como ilhas. Nessas atitudes, prevalece a morte, o egoísmo. ‘Eu vivo para mim mesmo, estou semeando morte no meu coração.’”
Papa Francisco finalizou sua reflexão citando o trecho do Creio, que diz “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”. E pediu a Nossa Senhora que ajude a seus filhos nesta caminhada.