ENCONTRO COM CONSAGRADOS

“Que o vosso serviço deixe transparecer a alegria do coração”, pede Papa

Em seu discurso aos membros da Igreja belga neste sábado, 28, Francisco sublinhou necessidade de evangelizar e levar a misericórdia de Deus a todos

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco cumprimenta bispo durante encontro com membros da Igreja belga / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

Na Basílica do Sagrado Coração de Koekelberg, em Bruxelas, o Papa Francisco se reuniu com os bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, seminaristas e agentes pastorais neste sábado, 28. Em seu discurso aos presentes, o Pontífice definiu a Igreja belga como uma “encruzilhada em movimento” e propôs três palavras para reflexão: evangelização, alegria e misericórdia.

Segundo o Santo Padre, a crise de fé vivida pelo Ocidente impele a um regresso ao essencial: o Evangelho. “A crise – cada uma delas – é um momento que nos é oferecido para nos sacudir, para nos questionar e para mudar. É uma oportunidade preciosa”, expressou.

No contexto de um cristianismo que passou a ser “minoritário”, Francisco enfatizou a necessidade do testemunho e da coragem. “Sejam padres que não se limitam a conservar ou a gerir um patrimônio do passado, mas pastores apaixonados por Jesus Cristo”, pediu o Papa aos sacerdotes.

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Além disso, o Pontífice ressaltou a importância de percursos comunitários, recordando que, na Igreja, há lugar para todos e ninguém deve ser uma cópia do outro. “A unidade na Igreja não é uniformidade, é, antes, encontrar a harmonia das diversidades”, manifestou, acrescentando que o processo sinodal deve ser um regresso ao Evangelho para perguntar-se como fazê-lo chegar a uma sociedade que já não o escuta ou que se afastou da fé.

Transparecer a alegria e a misericórdia

“Que a vossa pregação, a vossa celebração, o vosso serviço e o vosso apostolado deixem transparecer a alegria do coração”
– Papa Francisco

A alegria, suscitada por Jesus, faz parte desse processo. Em todos os âmbitos, sublinhou o Santo Padre, deve transparecer a alegria do coração, porque esta faz surgir interrogações e atrai também aqueles que estão longe. A alegria é o caminho que conduz à felicidade, salientou Francisco.

Voltando-se para a misericórdia, ele destacou que “o Evangelho, acolhido e partilhado, recebido e dado, conduz-nos à alegria porque faz descobrir que Deus é o Pai da misericórdia, que se comove conosco, que nos levanta das nossas quedas, que nunca desiste de nos amar”.

O Papa sublinhou que a misericórdia pode salvar mesmo em casos de abusos, que geram sofrimentos e feridas atrozes, minando até mesmo o caminho da fé. Ele apontou para a necessidade desse olhar “para não ficar com um coração de pedra diante do sofrimento das vítimas, para as fazer sentir a nossa proximidade e lhes oferecer toda a ajuda possível, para aprender com elas a ser uma Igreja que se torna serva de todos sem subjugar ninguém”.

A misericórdia, acrescentou o Pontífice, é a palavra-chave para os prisioneiros. “Jesus mostra-nos que Deus não se afasta das nossas feridas e impurezas. Ele sabe que todos nós podemos errar, mas ninguém é um fracassado. Ninguém está perdido para sempre. (…) Misericórdia, sempre misericórdia”, concluiu o Santo Padre.

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