Visita a museu

Que a Lituânia seja farol de esperança, pede Papa em oração

Papa visitou museu que recorda ocupações e lutas pela liberdade e rezou diante de monumento que recorda vítimas do regime soviético

Jéssica Marçal
Da Redação

Papa reza diante de memorial próximo ao Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade, em Vilnius, Lituânia / Foto: REUTERS / Max Rossi

O Papa Francisco visitou neste domingo, 23, o Museu que recorda as ocupações e lutas pela liberdade em Vilnius, na Lituânia. O país recebe a visita do Papa desde este sábado, 22.

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O museu é um símbolo da época da dominação soviética. Foi sede da KGB e local onde foram cometidos muitos assassinatos e prisões. O Pontífice visitou algumas celas de prisioneiros, entre elas algumas onde ficaram presos padres e bispos. Ele acendeu uma vela para recordar as vítimas da intolerância e fez um breve momento de oração.

De carro, se deslocou até o monumento dedicado às vítimas do regime soviético. No local, o Papa Francisco fez um momento de oração, rezando a oração abaixo:

“Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?” (Mt 27, 46).

O vosso grito, Senhor, não pára de ressoar, ecoando dentro destas paredes que recordam os sofrimentos vividos por tantos filhos deste povo. Lituanos e originários de diferentes nações sofreram na sua carne o delírio de omnipotência daqueles que tudo pretendiam controlar.

No vosso grito, Senhor, ecoa o grito do inocente que se une à vossa voz e se eleva para o céu. É a Sexta-feira Santa do sofrimento e da amargura, da desolação e da impotência, da crueldade e do absurdo que viveu este povo lituano face à ambição desenfreada que endurece e cega o coração.

Neste lugar da memória, nós Vos imploramos, Senhor, que o vosso grito nos mantenha despertos. Que o vosso grito, Senhor, nos liberte da doença espiritual que sempre nos tenta como povo: esquecer-nos dos nossos pais, de quanto viveram e sofreram.

Que, no vosso grito e na vida dos nossos pais que tanto sofreram, possamos encontrar a coragem de nos comprometermos, com determinação, no presente e no futuro; que aquele grito seja estímulo para não nos adequarmos às modas do momento, aos slogans simplificadores e a toda a tentativa de reduzir e tirar a qualquer pessoa a dignidade de que Vós a revestistes.

Senhor, que a Lituânia seja farol de esperança; seja terra da memória operosa, que renova os compromissos contra toda a injustiça. Que promova esforços criativos na defesa dos direitos de todas as pessoas, especialmente das mais indefesas e vulneráveis. E que seja mestra na reconciliação e harmonização das diferenças.

Senhor, não permitais que sejamos surdos ao grito de todos aqueles que hoje continuam a erguer a voz para o céu.

Próximos compromissos

Com a visita ao museu, o Papa Francisco encerrou sua agenda de atividades neste domingo, 23. Agora, ele retorna à nunciatura apostólica.

O andamento da viagem segue nesta segunda-feira, 24, quando o Papa segue para Riga, na Letônia, segunda etapa de sua viagem aos países bálticos. A viagem apostólica, que inclui também a Estônia, termina na terça-feira, 25. 

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