Durante visita, Francisco expressou sua preocupação com a guerra na Ucrânia
Da redação
O Papa Francisco foi nesta sexta-feira, 25, à Embaixada da Federação Russa junto à Santa Sé, na Via Della Conciliazione. Durante a visita, que durou mais de meia hora, o Pontífice expressou sua preocupação com a guerra na Ucrânia.
Na quarta-feira, 23, antes do início da invasão russa à Ucrânia, o Santo Padre convocou para o dia 2 de março, Quarta-Feira de Cinzas, um dia de jejum e oração pela paz. Na ocasião, o Papa frisou:
“Tenho uma grande tristeza em meu coração com o agravamento da situação na Ucrânia. Apesar dos esforços diplomáticos das últimas semanas, cenários cada vez mais alarmantes estão se abrindo. Como eu, muitas pessoas ao redor do mundo estão experimentando angústia e preocupação. Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte”.
Francisco pediu aos responsáveis políticos que façam um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra. Ressaltou que o desejo de Deus é de que todos sejam irmãos, não inimigos.
E para a Quarta-Feira de Cinzas, dia já tradicional de jejum e oração na Igreja, pelo início da Quaresma, Francisco acrescentou uma intenção especial: a paz. Ele fez um convite a todos – crentes e não crentes – para participarem desta iniciativa.
Invasão Russa
Durante a madruga (pelo horário de Brasília) de quinta-feira, 24, a Rússia lançou operações militares na Ucrânia. A operação autorizada pelo presidente russo, Wladimir Putin, é uma resposta ao apelo dos líderes das duas autoproclamadas repúblicas na região de Donbass. Na segunda-feira, 21, Putin assinou dois decretos reconhecendo “a República Popular de Lugansk” e “a República Popular de Donetsk” como estados independentes e soberanos.
Para o presidente russo, a expansão da OTAN e seu uso do território ucraniano são inaceitáveis. E afirmou: “Qualquer um que tente criar obstáculos e interferir sabe que a Rússia responderá com consequências sem precedentes”.
O amanhecer na Ucrânia na quinta-feira foi com explosões e sirenes de alarmes também na capital Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zenlensky, pediu calma e informou que o país está adotando a lei marcial. “Detenham a guerra e Putin”, escreveu Zelensky em seu Twitter. O presidente também afirmou que os militares ucranianos estão respondendo aos ataques.
Pronunciamento do Estado do Vaticano
O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, emitiu uma declaração após o início do ataque militar da Rússia contra a Ucrânia. O cardeal diz que, infelizmente, tornam-se reais os trágicos cenários que todos temiam.
O purpurado frisou que ainda há tempo para a boa vontade e espaço para a negociação. Ele pede que se mantenha firme a esperança e que se prossigam as orações e o jejum.
“Ainda há lugar para o exercício de uma sabedoria que impeça prevalecer os interesses de parte, que proteja as legítimas aspirações de cada um e poupe o mundo da loucura e dos horrores da guerra. Nós crentes não perdemos a esperança de um vislumbre de consciência daqueles que tem em mãos os destinos do mundo. E continuemos a rezar e jejuar – o faremos na próxima Quarta-feira de Cinzas – pela paz na Ucrânia e no mundo todo”.