Em encontro da Federação Internacional das Universidades Católicas, Papa pediu auxílio aos migrantes e refugiados
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco recebeu, na manhã deste sábado, 4, na Sala do Consistório, no Vaticano, 230 membros da Federação Internacional das Universidades Católicas, na conclusão do encontro, que acaba de ser realizado em Roma, sobre o tema: “Refugiados e Migrantes em um mundo globalizado: responsabilidade e respostas das universidades”.
Na ocasião, Francisco recordou as atividades da Federação, que, em menos de um século, se propôs a promover a formação católica, em nível superior, com tantas e diversas realidades universitárias. Segundo o Santo Padre, as Universidades Católicas trazem em suas formações à responsabilidade social para a construção de um mundo mais justo e humano.
Diante da proposta das instituições de ensino superior religioso, o Papa recordou a necessidade da contribuição de seus membros, colocando em evidência três âmbitos de sua competência: pesquisa, ensinamento e promoção social.“As Universidades Católicas sempre buscaram harmonizar a pesquisa científica com a teológica, mantendo o diálogo entre fé e razão”, comentou sobre o primeiro âmbito.
“Acho oportuno fazer ulteriores estudos sobre as causas remotas das migrações forçadas, individuando soluções práticas para assegurar às pessoas o direito de não terem que emigrar”, pediu Francisco à Federação. Para o Santo Padre a pesquisa ajudará também na reflexão sobre as reações negativas, às vezes até discriminatórias e xenófobas, que a chegada dos migrantes suscita nos países de antiga tradição cristã, promovendo itinerários de formação das consciências.
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Sobre o segundo âmbito de competências do organismo, ou seja, do “ensinamento”, o Pontífice expressou seu desejo ao favorecimento de instrução aos refugiados. “Faço votos de que as Universidades Católicas possam adotar programas para favorecer a instrução dos refugiados, em vários níveis, seja através de cursos, mesmo à distância, para os que vivem em campos ou centros de assistência, seja através de bolsas de estudo, que lhes permitam uma digna reinserção”, pediu.
Para o Papa, à Federação só responderá adequadamente aos novos desafios migratórios, verdadeiros sinais dos tempos, se formar urgentemente, de modo específico e profissional, os agentes de pastoral, que se dedicam à assistência dos migrantes e refugiados.“De modo geral, queria convidar os Ateneus Católicos a educarem seus estudantes, – alguns dos quais poderão se tornar líderes políticos, – empresários e artífices da cultura, como também a fazer uma leitura atenciosa do fenômeno migratório, em uma perspectiva de justiça, corresponsabilidade global e unidade nas diversidades culturais”, convidou.
Sobre o complexo mundo das migrações, Francisco sugeriu ao Organismo Vaticano para o Desenvolvimento Humano Integral, vinte “Meios de Ação” para contribuir com o processo, que levará à adoção, – na segunda metade de 2018 – por parte da Comunidade Internacional, de dois “Pactos Globais”, um sobre os migrantes e o outro sobre os refugiados.
“Nesta e em outras dimensões, as Universidades podem desempenhar um papel de destaque privilegiado também em campo social, como, por exemplo, incentivar o voluntariado entre os estudantes, mediante programas de assistência aos refugiados, aos que pedem asilo político e aos migrantes em geral”, afirmou o Papa.
Francisco concluiu seu discurso aos membros da Federação Internacional das Universidades Católicas, dizendo que todo trabalho – no âmbito da pesquisa, do ensinamento e da promoção social – encontra um ponto de referência seguro nas quatro pedras miliares da ação da Igreja em relação aos migrantes, o acolhimento, proteção, promoção e integração.