Angelus

Papa: "uma família que não se comunica não pode ser uma família feliz"

No dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Sagrada Família de Nazaré, Francisco afirma que ela é modelo; “diálogo é o elemento mais importante para uma família!”, acrescenta

Da redação, com Vatican News

Foto: REUTERS – Remo Casilli

“Na família é mais importante ouvir do que entender”, disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo, 29, festa da Sagrada Família. Como de costume, o Santo Padre rezou a oração mariana com os fiéis peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

Atendo-se à liturgia dominical, o Pontífice destacou que o Evangelho conta que Jesus, aos doze anos de idade, no final da peregrinação anual a Jerusalém, perdeu-se de Maria e José, que o encontraram no Templo discutindo com os doutores (Lc 2,41-52). O evangelista Lucas revela o estado de espírito de Maria, que pergunta a Jesus: “Meu Filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. Jesus lhe respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?”

Diálogo: um elemento importante

O Pontífice frisou tratar-se da experiência de uma família que alterna entre momentos tranquilos e dramáticos. Parece a história de uma crise familiar de nossos dias, de um adolescente difícil e dois pais que não conseguem entendê-lo. “Sabeis por que a Sagrada Família de Nazaré é um modelo? Porque é uma família que dialoga, que conversa. O diálogo é o elemento mais importante para uma família! Uma família que não se comunica não pode ser uma família feliz”.

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Francisco destaca a beleza do diálogo entre Maria e Jesus, frisando que ele não começa com uma reprovação, mas com uma pergunta. “Maria não acusa nem julga, mas tenta entender por meio da escuta como acolher esse Filho que é tão diferente”.

Apesar desse esforço, observou o Papa, o Evangelho diz que Maria e José “não compreenderam o que lhes dissera”, mostrando que, na família, é mais importante ouvir do que entender. Ouvir é dar importância ao outro, reconhecer seu direito de existir e pensar por si mesmo. Os filhos precisam disso.

Hora das refeições

Um momento privilegiado para o diálogo e a escuta na família é a hora das refeições, indicou o Pontífice. “É bom estar juntos à mesa e conversar. Isso pode resolver muitos problemas e, acima de tudo, une as gerações: filhos conversando com os pais, netos conversando com os avós… Nunca ficar fechados em si mesmos ou, pior ainda, com a cabeça no celular. Conversar, ouvir uns aos outros, esse é o diálogo que é bom e que faz crescer!”.

O Santo Padre acrescentou que a família de Jesus, Maria e José é santa. “No entanto, vimos que até mesmo os pais de Jesus nem sempre o compreendiam. Podemos refletir sobre isso e não nos surpreender se, às vezes, acontecer conosco na família de não nos entendermos uns aos outros. Quando isso acontecer conosco, perguntemo-nos: temos ouvido uns aos outros? Lidamos com os problemas ouvindo uns aos outros ou nos fechamos em silêncio, ressentimento e orgulho? Reservamos tempo para o diálogo? “O que podemos aprender, hoje, com a Sagrada Família é a escuta mútua”, reiterou.

Francisco concluiu convidando os fiéis a pedirem a Nossa Senhora o dom da escuta para as famílias.

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