Segundo o Pontífice, nesta última semana do ano litúrgico, a Igreja leva os fiéis a refletirem sobre o fim do mundo e da própria vida
Da redação, com Vatican News
“Como será o meu fim? Como eu gostaria que o Senhor me encontrasse quando me chamar? É sábio pensar no fim, nos ajuda a seguir em frente, a fazer um exame de consciência sobre que coisas eu deveria corrigir e quais levar em frente porque são boas”. A reflexão é parte da homilia do Papa Francisco realizada na manhã desta terça-feira, 27, na Casa Santa Marta.
Segundo o Pontífice, nesta última semana do ano litúrgico, a Igreja leva os fiéis a refletirem sobre o fim do mundo e da própria vida. “É uma graça, porque não gostamos de pensar no fim, adiamos esta reflexão sempre para amanhã”, comentou o Papa.
Na primeira leitura da celebração de hoje, tirada do livro do Apocalipse, São João fala do fim do mundo com a figura da colheita, com Cristo e um Anjo armado com uma foice. “Quando chegar nossa hora deveremos mostrar a qualidade do nosso trigo, a qualidade da nossa vida”, revelou o Santo Padre, que acrescentou: “Talvez alguém entre vocês diga: ‘Padre, não seja tão sombrio, que estas coisas não nos agradam…’, mas é a verdade”.
“É a colheita, onde cada um de nós se encontrará com o Senhor. Será um encontro e cada um de nós dirá ao Senhor: ‘Esta é a minha vida. Este é meu trigo. Esta é minha qualidade de vida. Errei?’- todos deveremos dizer isso, porque todos erramos – ‘Fiz coisas boas’ – todos fazemos coisas boas; e um pouco mostrar ao Senhor o trigo”, complementou Francisco.
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O Papa prosseguiu sua reflexão provocando os fiéis a se questionarem: “Se hoje o Senhor me chamasse? ‘Ah, nem percebi, eu estava distraído …’. Nós não sabemos nem o dia nem a hora. ‘Mas padre, não fale assim que eu sou jovem’ – ‘mas olha quantos jovens partem, quantos jovens são chamados…’. Ninguém tem a própria vida assegurada”, alertou. Em vez disso, o Pontífice afirmou que deve-se pensar que todos terão um fim, e que este fim, somente Deus sabe.
“O pensamento do fim nos ajuda a seguir em frente; não é um pensamento estático: é um pensamento que avança porque é levado em frente pela virtude, pela esperança. Sim, haverá um fim, mas esse fim será um encontro: um encontro com o Senhor. É verdade, será uma prestação de contas daquilo que fiz, mas também será um encontro de misericórdia, de alegria, de felicidade. Pensar no fim, no final da criação, no fim da própria vida é sabedoria; os sábios fazem isso”, refletiu o Santo Padre.
Por fim, o Pontífice reforçou o convite da Igreja para esta semana: “Questionar-se: Como será o meu fim? Como eu gostaria que o Senhor me encontrasse quando ele me chamar? Devo fazer um exame de consciência e avaliar que coisas eu deveria corrigir, porque não estão bem? Que coisas devo apoiar e levar em frente porque são boas? Cada um de nós tem tantas coisas boas!”. E neste pensamento não estamos sozinhos: há o Espírito Santo que nos ajuda”.
Francisco aconselhou os fiéis a pedirem ao Espírito Santo a sabedoria do tempo, a sabedoria do fim, a sabedoria da ressurreição, a sabedoria do encontro eterno com Jesus; para que entendam essa sabedoria que existe na fé cristã. “Será um dia de alegria o encontro com Jesus. Rezemos para que o Senhor nos prepare. E cada um de nós, esta semana, termine a semana pensando no final: ‘Eu acabarei. Eu não permanecerei eternamente. Como gostaria de acabar?’”.