1º discurso

Papa se reúne com autoridades de Bangladesh em sua chegada ao país

No discurso, Santo Padre recordou gravidade da situação dos refugiados originários de Rakhine e solidariedade de Bangladesh ao acolhê-los

Da Redação, com Boletim da Santa Sé 

Papa ao lado do presidente de Bangladesh, Abdul Hamid, no encontro com autoridades do país / Foto: Reprodução CTV

O primeiro discurso do Papa Francisco em Bangladesh foi no encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático do país nesta quinta-feira, 30. Francisco reiterou o valor do diálogo e respeito pela diversidade para a reconciliação das divisões e destacou que a gravidade da situação dos refugiados não pode ficar alheia às consciências.

O Pontífice observou que Bangladesh é um Estado jovem e se esforça pela unidade de linguagem e cultura, respeitando as diferentes tradições e comunidades. Considerando que, no mundo de hoje, nenhuma comunidade pode sobreviver e progredir no isolamento, Francisco recordou os esforços do primeiro presidente do país, Sheikh Mujibur Rahma, em incorporar esse princípio, imaginando uma sociedade moderna, pluralista e inclusiva.

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.: Íntegra do discurso do Papa

“O futuro desta jovem democracia e a saúde da sua vida política dependem essencialmente da fidelidade a esta visão fundadora. Com efeito, só através dum diálogo sincero e do respeito pelas legítimas diversidades é que um povo pode reconciliar as divisões, superar perspetivas unilaterais e reconhecer a validade de pontos de vista divergentes”.

O Papa destacou ainda em seu discurso a generosidade e solidariedade do país em favor dos refugiados que chegaram em massa do estado de Rakhine, em Mianmar. Ele pontuou que ninguém pode deixar de estar consciente da gravidade da situação e enfatizou a necessidade de empenho para resolver essa crise.

“É necessário que a comunidade internacional implemente medidas resolutivas face a esta grave crise, não só trabalhando por resolver as questões políticas que levaram à massiva deslocação de pessoas, mas também prestando imediata assistência material ao Bangladesh no seu esforço por responder eficazmente às urgentes carências humanas”.

O Papa também ressaltou que, embora sua visita seja dirigida à comunidade católica de Bangladesh, ele considera um momento privilegiado o encontro com líderes ecumênicos e inter-religiosos. Será uma oportunidade de rezar pela paz e reafirmar o compromisso de trabalhar por ela.

“Num mundo onde muitas vezes a religião é – escandalosamente – usada para fomentar a divisão, revela-se ainda mais necessário um tal género de testemunho do seu poder de reconciliação e união”, disse o Papa, recordando que isso foi manifestado no posicionamento das autoridades religiosas de Bangladesh frente ao ataque terrorista na capital Daca no ano passado, uma mensagem segundo a qual o nome de Deus jamais pode ser invocado para justificar ódio e violência.

Apesar do número de católicos ser reduzido em Bangladesh, Francisco considerou que eles procuram desempenhar um papel construtivo no desenvolvimento da nação. Ele destacou que a Igreja aprecia a liberdade de beneficiar de praticar a sua fé e realizar as suas obras sócio- caritativas.

“Agradeço a vossa atenção e asseguro-vos as minhas orações, para que, nas vossas nobres responsabilidades, sejais sempre inspirados pelos altos ideais de justiça e serviço aos vossos concidadãos. De bom grado invoco, sobre vós e sobre todo o povo do Bangladesh, as bênçãos divinas da harmonia e da paz”, concluiu.

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