Francisco reiterou aquele que é o lema de toda essa viagem ao Canadá ao se reunir, nesta sexta-feira, com indígenas em Quebec, na sede do arcebispado
Jéssica Marçal
Da Redação
As realidades indígenas que o Papa Francisco pôde conhecer nesta viagem ao Canadá sempre o acompanharão. Foi o que o próprio Pontífice disse ao se encontrar, nesta sexta-feira, 29, com uma delegação de indígenas em Quebec, no seu último dia de viagem ao Canadá.
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O encontro aconteceu no arcebispado de Quebec, após o encontro privado de Francisco com membros da Companhia de Jesus no mesmo local. O Santo Padre reiterou, em seu discurso aos indígenas, o lema da viagem – “Caminhar juntos”, que caracteriza muitos momentos de sua visita ao país.
Para além de ter ido ao país como amigo, irmão e peregrino – apesar das limitações físicas -, o Papa ressaltou, uma vez mais, o caráter penitencial que marca esta viagem. “Vim com espírito penitencial, para vos manifestar o pesar que sinto no coração pelo mal que não poucos católicos vos causaram apoiando políticas opressivas e injustas aplicadas a vós”.
O desejo do Papa é propiciar mais passos em frente, prosseguindo na busca da verdade e na promoção de cura e reconciliação. “Que se continue para diante semeando esperança para as futuras gerações de indígenas e não indígenas que desejam viver juntos, fraternalmente, em harmonia”.
Enriquecimento pessoal
Francisco disse ainda que volta para casa muito mais enriquecido, pois leva no coração o “tesouro incomparável” feito de pessoas e populações que o marcaram.
“Verdadeiramente posso afirmar que, enquanto vos visitava, as vossas realidades, as realidades indígenas desta terra, visitaram o meu íntimo: entraram em mim e sempre me acompanharão. Ouso dizer – se mo permitis – que de certo modo, agora, também eu me sinto parte da vossa família e disso me sinto honrado”.
O exemplo de três mulheres
Ainda em seu discurso, o Santo Padre citou o exemplo de três mulheres, confiando a elas tudo o que foi vivido nesses dias. São elas Santa Ana, a Virgem Maria e Santa Catarina Tekakwitha.
“Estas mulheres podem ajudar a compor, voltar a tecer uma reconciliação que garanta os direitos dos mais vulneráveis e saiba olhar a história sem rancores nem cancelamentos. Duas delas, a Santíssima Virgem Maria e Santa Catarina, receberam de Deus um projeto de vida e, sem interpelar homem algum, deram o seu «sim» com coragem.”
Francisco destacou que essas três mulheres abriram o caminho com mansidão e firmeza, cumprindo aquilo para que foram chamadas. “Que Elas abençoem o nosso caminho comum, intercedam por nós e por esta grande obra de cura e reconciliação tão agradável a Deus”.