Após a Audiência Geral no Vaticano, Francisco renovou apelo por um cessar-fogo em Gaza e expressou sua compaixão pelos jovens que morreram durante conflito
Da Redação, com Vatican News
Após a Catequese desta quarta-feira, 3, o Papa Francisco reiterou seu apelo por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Com a voz embargada, ele afirmou que, infelizmente, continua a receber notícias tristes do Oriente Médio.
“Expresso meu profundo pesar pelos voluntários mortos durante a distribuição de ajuda humanitária em Gaza. Rezo por eles e por suas famílias. Renovo meu apelo para que a população civil, exausta e sofrida, tenha acesso à ajuda humanitária e para que os reféns sejam libertados imediatamente”, afirmou.
O Santo Padre insistiu para que sejam evitadas todas as “tentativas irresponsáveis” de ampliar o conflito na região. “Façamos o possível para que essa e outras guerras que continuam a levar morte e sofrimento a tantas partes do mundo terminem o mais rápido possível. Rezemos e nos esforcemos incansavelmente para que as armas silenciem e a paz volte a reinar”, enfatizou.
Em seguida, o Papa voltou seu pensamento à realidade da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. E emocionado disse:
“Tenho em minhas mãos um rosário e um livro do Novo Testamento deixado por um soldado que morreu na guerra. O nome desse rapaz era Oleksandr – Alexander: 23 anos de idade. Alexander lia o Novo Testamento e os Salmos e havia sublinhado no Livro dos Salmos o Salmo 129: ‘Das profundezas, Senhor, clamo a ti; Senhor, escuta a minha voz!’. Esse rapaz de 23 anos morreu em Avdiïvka, na guerra. Ele deixou uma vida pela frente. E este é seu rosário e seu Novo Testamento, que ele lia e rezava”.
Segurando os objetos religiosos do jovem soldado, Francisco fez um convite aos fiéis: “Gostaria que todos nós ficássemos em silêncio neste momento, pensando nesse jovem e em tantos outros como ele, que morreram nessa loucura de guerra. A guerra destrói sempre. Pensemos neles e rezemos.”
Cultivar a esperança
Ao saudar os peregrinos poloneses, Francisco recordou sobre a Festa da Divina Misericórdia, que será celebrada no próximo domingo, 7. “Nunca duvidemos do amor de Deus, mas confiemos com firmeza e confiança nossas vidas e o mundo ao Senhor, pedindo a Ele, em particular, uma paz justa para as nações devastadas pela guerra.”
Dirigindo-se aos fiéis de língua portuguesa, o Santo Padre motivou para um clamor ao Espírito Santo a fim de que “vencidos os pessimismos e desilusões da vida, possam cruzar, juntamente com os seus entes queridos, o limiar da esperança que temos em Cristo ressuscitado”, concluiu.