Papa recebeu em audiência delegação de líderes inter-religiosos e políticos da Grande Manchester, Inglaterra, e destaca ecologia integral
Da redação, com VaticanNews
“Precisamos reconhecer que a crise ambiental e a crise social de nosso tempo não são duas crises separadas, mas uma única crise”. A afirmação foi do Papa Francisco, nesta quinta-feira, 20, ao receber em audiência no Vaticano uma delegação de Líderes inter-religiosos e políticos da Grande Manchester, Inglaterra.
Em seu discurso, o Santo Padre afirmou que se tornou cada vez mais evidente que o compromisso atual com a salvaguarda da criação deve ser parte de um esforço mais amplo para promover a ecologia integral. Esta respeita a dignidade e o valor de cada pessoa humana e reconhece os efeitos trágicos da degradação ambiental sobre a vida dos pobres.
Trágicos efeitos da degradação
Ao dar as boas-vindas aos presentes e agradecer ao bispo John Arnold por suas palavras, Francisco manifestou seu apreço pelo compromisso e esforço deles, como líderes religiosos e políticos, para aumentar a consciência da necessidade urgente de proteger o meio ambiente e de trabalhar concretamente para enfrentar os efeitos da mudança climática.
“Vosso testemunho comum é particularmente significativo, pois a história de vossa cidade está intimamente ligada à revolução industrial, com seu legado de enorme progresso técnico e econômico, unidamente a um indubitável impacto negativo sobre o meio ambiente humano e natural”, observou Francisco.
A cidade de Manchester teve um papel histórico preponderante na revolução industrial do século XVIII na Inglaterra, com os aspectos positivos e negativos que a mesma comportou.
Superar a cultura do descartável
Ao reiterar a crise vivida nestes tempos, o Papa destacou a necessidade de superar a cultura do descarte. “É claro que isto [a crise atual] requer a criação de novos modelos econômicos voltados para o futuro. Mas também requer determinação para superar a cultura do descartável, a cultura do desperdício, gerada pelo consumismo e pela indiferença globalizada, que inibe os esforços para enfrentar estes problemas humanos e sociais da perspectiva do bem comum”.
Francisco ressaltou à delegação que eles se distinguem por testemunhar a dimensão intrinsecamente moral e religiosa do dever de proteger o meio ambiente
“Em vossas respectivas comunidades, guiados pela sabedoria de vossas diversas tradições, desempenhais um papel importante ao contribuir para uma tão necessária conversão ecológica baseada nos valores de respeito à natureza, sobriedade, solidariedade humana e preocupação com o futuro da sociedade”, apontou o Papa.
O Pontífice destacou que um aspecto essencial desta contribuição é o compromisso, como homens e mulheres de fé, de formar as mentes e os corações dos jovens. Além de buscar atender as necessidade da juventude de uma mudança de rumo e de políticas voltadas para o futuro, que tenham como objetivo o desenvolvimento humano sustentável e integral.
Francisco finalizou a audiência despedindo-se dos presentes, agradeceu a visita e desejou o melhor para o trabalho deles, invocando a bênção divina, fonte de sabedoria, de fortaleza e de paz.